Apenas supermercados e postos de combustíveis tiveram crescimento nas vendas no período
A CDL Porto Alegre, representante do varejo conectada com 300 municípios do Rio Grande do Sul, divulgou uma nota técnica nesta sexta-feira (10), analisando o impacto financeiro das enchentes no varejo gaúcho. Utilizando dados da Cielo e do IBGE, o economista-chefe da entidade Oscar Frank, coordenou a metodologia para avaliar os prejuízos, concentrando-se na primeira semana de maio. Segundo os cálculos, os danos totalizaram aproximadamente R$ 585,4 milhões.
A análise se baseou na queda real do faturamento do setor, de 15,7%, conforme indicado pelo Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) entre 30 de abril e 05 de maio de 2024, em comparação com o mesmo período de 2023 (02 a 07 de maio). Essa queda foi então aplicada à média semanal de transações do varejo gaúcho, obtida através dos dados do IBGE, para chegar ao valor total estimado. No entanto, devido à falta de dados atualizados do IBGE para 2024, é possível que essa estimativa esteja subestimada.
A queda de transações no Rio Grande do Sul foi de 15,7%, contrastando com a retração nacional de apenas 3,2%. Essa disparidade é notável, com as categorias relacionadas a serviços e bens menos essenciais sofrendo as maiores perdas devido à interrupção da atividade econômica causada pelas enchentes.
Por outro lado, postos de gasolina e supermercados tiveram um crescimento excepcional durante o período. Frank comenta: “Acreditamos que essa dicotomia pode ser explicada pela reação da população diante da incerteza em relação ao futuro, levando à formação de estoques de alimentos e itens básicos, além das aquisições destinadas a doações para os afetados pelas enchentes”.
Para Porto Alegre, a queda foi ainda mais acentuada, atingindo 17,4%. A cidade continua enfrentando grandes desafios devido à elevação recorde do Guaíba e aos problemas decorrentes das enchentes.