Negócio de quase R$ 21 milhões envolveu cinco operadoras de Porto Alegre e São Paulo
Por: Roberto Hunoff, Especial para a Rádio Solaris
A Magnani Luz e Energia, com sede em Caxias do Sul, concluiu a instalação de 49 carregadores elétricos para cinco empresas de transporte de Porto Alegre e São Paulo (SP). O investimento total das operadoras foi de R$ 20,8 milhões. Iniciado em novembro de 2023, o projeto de eletrificação teve a parceria da WEG, de Jaraguá do Sul (SC).
Na capital gaúcha foram implantados 10 equipamentos, sendo dois de 180kw para a Sudeste Transportes e oito de 120kw, divididos de forma igual entre Nortran Transportes Coletivos e Viação Teresópolis Cavalhada. Em São Paulo, foram 39 postos de 180kw cada. A Viação Metrópole recebeu 22, distribuídos em duas unidades, e a Movebuss, 17. Os ônibus transportam diariamente, em média, de 800 a 1 mil passageiros. Com autonomia de cerca de 250 quilômetros por carga de bateria, cada veículo pode levar em torno de quatro horas para ser carregado.
O diretor geral Paulo Roberto Magnani projeta crescimento exponencial no segmento de energia já a partir de 2025 em razão dos inúmeros projetos em andamento, quer na eletrificação veicular, quer em outras áreas, como armazenamento de energia e subestações para atendimentos emergenciais. “Estamos preocupados em como atender toda esta demanda esperada. Temos várias negociações em andamento de grandes projetos para armazenamento de energia, bem como os avanços na eletrificação de veículos leves e pesados. A transição energética da frota urbana é uma realidade em todas as grandes cidades do Brasil”, adianta.
A Magnani, que ainda atua no seu negócio original de materiais elétricos e iluminação para residência, comércio, serviços e indústria, tem um quadro de 100 funcionários. Destes, 50% estão diretamente ligados ao setor de energia, responsável por 60% da receita da empresa. “Para 2025 esperamos dobrar estes negócios”, projeta Magnani. O que pode atrapalhar, segundo o executivo, é a legislação. Recorda que a energia solar teve uma importante expansão, mas perdeu força em função de mudanças legais. “Mesma situação pode ocorrer com o elétrico, o que deixa os investidores inseguros. Fora isto não há como segurar a expansão desta atividade”, reforça o empresário.
Magnani destaca que o objetivo da empresa não é explorar o carregamento dos veículos, mas criar hubs em pontos urbanos e nas rodovias, onde o usuário terá à disposição, além da recarga rápida, serviços de lazer, alimentação, saúde e comércio em geral, dentre outros atrativos.
Atualmente, a instalação de um carregador parte de R$ 3,5 mil e pode chegar a R$ 400 mil, dependendo da estrutura de abastecimento necessária, dos serviços que serão feitos e dos equipamentos escolhidos. Magnani destaca que a empresa analisa junto ao cliente a melhor forma de rentabilidade do negócio, que assegura ser mais interessante que a de um posto tradicional de combustível. “Cada recarga rápida, de cerca de 30 minutos, tem preço estimado entre R$ 2,50 a R$ 3. A estrutura é segura e enxuta, sem a necessidade de mão de obra para atuar diretamente no abastecimento”, assinala Paulo Roberto.
De acordo com Magnani, o sistema financeiro oferece linhas de crédito atrativas em valores, juros, prazos de pagamento e carência. “Dependendo do projeto, o retorno pode ocorrer a partir do 18º mês de operação. Os bancos, por sua vez, estão concedendo até dois anos de carência para iniciar a amortização. O momento é de investir e aproveitar, especialmente, a grande expansão do automóvel elétrico”, recomenda.
A Magnani oferece soluções para implementação de operações que vão da análise de viabilidade técnica juntamente com a concessionária de energia, até os projetos elétrico e civil, layout das estações, instalação da infraestrutura e do carregador, comissionamento do sistema e entrega técnica. O equipamento é adquirido junto à WEG, principal player nacional neste segmento. “É preciso estar conectado com esta transformação energética mundial, de valorização da energia renovável e sustentável. A transição é inevitável e os demais integrantes desta cadeia, como postos de combustível e oficinas mecânicas, devem, desde já, se preparar para esta transformação”, alerta.
Além da loja em Caxias, a Magnani tem filial em Torres, no Litoral Norte.