Ataque ocorreu no local conhecido pelo uso de drogas no Cristo Redentor
Uma semana depois do ataque a tiros que deixou duas pessoas mortas e duas feridas na cracolândia do bairro Cristo Redentor, a reportagem do Grupo Solaris entrou em contato com um dos sobreviventes que relatou o pânico vivido na noite do último sábado, dia 29 de junho. A vítima, que terá a identidade preservada pela reportagem, contou como ocorreu a situação em que homens armados mataram a tiros uma mulher e um homem.
A sobrevivente contou em detalhes o momento em que criminosos invadiram o local onde eles estavam e começaram a atirar. Conforme a vítima, os autores dos disparos chegaram sem falar nada e começaram a atirar.
“Eu estava com um saco de reciclagem nas mãos, e quando fui colocar nas costas, escuto aquele páh, páh… Aí enchi o cara de caroço, e o cara olha pra mim com sangue no olho, e eu discutindo com ele que estava com uma pistola ou um oitão, não deu pra ver direito, miraram em mim. Era para me pegar três tiros, me acertaram só dois, porque Deus abaixou minha cabeça, na hora, porque era para ter pegado na cabeça”, conta.
Ela conta que foi até a cracolândia para ajudar um amigo que teria pedido uma ajuda, e ao tentar sair do local após ouvir os disparos, foi atingida com dois tiros, um na perna e outro no braço, mas mesmo assim conseguiu fugir.
“Eu estou viva por Deus, estou viva por Deus. A pessoa encostou do meu lado, encostou do meu lado, sabe… E eu sou tri-ligada, quando eu olhei para o pé, olhei o corpo inteiro e já veio um calafrio”.
Após os disparos ela correu junto com outra vítima na direção da BR-116 e só parou cerca de 200 metros do local onde ocorreu o ataque, mas mesmo assim eles foram perseguidos pelo atirador, que acertou o amigo dela, mas quando chegou ‘na vez dela’, teria sido salva por um homem que passeava com um cachorro próximo do local.
“Ele chegou do meu lado e atirou no cara do meu lado, me olhou e me encarou. Quando mirou para atirar em mim, não atirou graças a um senhor que estava com um cachorro. Nessas horas agradeço o senhor do cachorrinho, porque eu não estaria aqui pra contar essa história”, revela.
Quanto as vítimas que morreram, a sobrevivente disse que mal os conhecia, mas sabia que eles eram namorados e que o primeiro alvo dos disparos foi Adilso Dias, 36 anos, que morreu após ficar dois dias hospitalizado.
Já Diana Raquel Souza Miranda, de 35 anos, que morreu no local, estaria na hora errada e no local errado. “Ela era mais fechada. Ela morreu de gaiata, de bobeira, porque ela tinha a mania de ficar usando droga e não se cuidar”, lamenta.
Texto: Mauro Teixeira/Rádio Solaris