Números foram divulgados pela CIC e CDL nesta quinta-feira (12)
Caxias do Sul apresentou um avanço na economia no mês de julho conforme mostram os dados divulgados nesta quinta-feira (12) pela Câmara de Comércio, Indústria e Serviços (CIC) e a Câmara de Dirigentes Lojistas. Os dados confirmam que os três setores tiveram crescimento em comparação ao mês de junho, com destaque para a indústria.
A indústria liderou com uma alta de 6,8%, seguida pelos serviços, que cresceram 4,7%, e pelo comércio, com um aumento de 4%. No geral, foi um crescimento de 5,7%. Quando comparado ao mesmo mês de 2023, o desempenho da economia foi ainda mais expressivo, registrando uma elevação de 11,5%.
Conforme o assessor de Economia e Estatística, professor Mosar Leandro Ness, o que mais se destaca nesses números é o setor de indústria, que vem crescendo em longa data não só no município, mas também no país devido a realocação de mão de obra.
“A indústria tem crescido, por quê? Porque grande parte da indústria ficou fora da mancha de inundação, então hoje nós estamos produzindo, o que é desgraça para um, ajuda no outro, então nós estamos produzindo vários itens para a recomposição da estrutura, não só do Estado, mas também do país, então esse foi o segundo movimento. Agora o que surpreendeu foi o comércio, que a gente teve um movimento bom, muito provavelmente em função da manutenção da renda e do aumento do nível de emprego que vem se verificando. Então o consumo das famílias no Brasil ele tem se mantido e assim como o consumo do governo, por enquanto a gente está conseguindo atender esse consumo de uma maneira ou de outra, então isso tem marcado essa expansão. O que a gente espera? Que a gente consiga fazer com que essa expansão aconteça, mas que a oferta de bens também aconteça na mesma direção. Se isso acontecer, nós não vamos ter inflação. Agora se descompassar, aí nós vamos ter inflação”, explicou.
No mercado de trabalho, julho trouxe a criação de 291 novos postos formais, com destaque para o setor de serviços, que gerou 213 vagas. A indústria também contribuiu positivamente, com 170 novos empregos, enquanto os setores de agropecuária, construção e comércio apresentaram saldos negativos. No acumulado do ano, Caxias do Sul gerou mais de seis mil empregos formais. No total, o município soma 169.541 empregos com carteira assinada.
No âmbito do comércio exterior, a cidade registrou um crescimento de 587% no saldo da balança comercial em julho, quando comparado ao mês anterior. Contudo, em relação a julho de 2023, houve uma queda de -11,6%, e no acumulado de 12 meses, a retração foi de -38,4%. Materiais de transporte representaram 41% das exportações, enquanto máquinas e aparelhos corresponderam a 49% das importações. Conforme o diretor de Planejamento, Economia e Estatística da CIC Caxias Tarciano Mélo Cardoso, as exportações somaram U$ 70 milhões em julho, levando o saldo da balança comercial a U$ 26 milhões no período. Os principais destinos das exportações foram Estados Unidos, Chile e Argentina, e os principais fornecedores de importações foram China, Itália e Alemanha.
“As exportações são uma necessidade do mundo. Elas não estão ligadas a um cenário nacional, mas sim a uma situação mundial. As expectativas hoje são de que a economia norte-americana venha abaixar os juros e aquecer. Nos últimos meses é o que tem experimentado, então nós temos conseguido exportar para toda a região. Um fator importante, preponderante para as nossas exportações é a restabilização, ainda que não plena da Argentina, então isso aí melhora a nossa situação também aqui no Brasil. Então houve meses que tivemos um saldo, o mês anterior, de 4 milhões, mas muito provavelmente foi porque vários itens não foram internalizados na Receita Federal“.
Mosar também explicou que o país não está aproveitando o crescimento mundial.
“Nós temos uma briga no mundo, dois pontos de tensão, um no Oriente Médio e um que era para ter sido de dois meses entre a Rússia e a Ucrânia, que ainda tem que se mantido. Isso aí é temerário. Por quê? Porque isso aí instabiliza os negócios mundiais de uma maneira ou de outra. Então, quer dizer, a expansão ainda não se configurou maior em função dessa acidentalidade desses dois conflitos. A economia mundial deve crescer esse ano 3,2%. A economia brasileira, nossa expectativa, é que venha a crescer 3%. Infelizmente, nós estamos nos beneficiando pouco do crescimento mundial. Se isso acontecesse e nós nos beneficiássemos mais do crescimento mundial, provavelmente o nosso nível de exportação seria maior”, finalizou Mosar.