Inédito no mercado brasileiro, mecanismo garantirá monitoramento da condução do caminhão
Em desenvolvimento mundial pela Hyva desde 2016, a DTS Guide é uma tecnologia que permitirá o sensoriamento e monitoramento em tempo real da forma de condução dos caminhões implementados com basculantes, muito comuns na mineração, agronegócio e construção civil. A venda, instalação e assistência técnica do sistema será de responsabilidade da Hyva do Brasil, com fábrica em Caxias do Sul. A fabricação da tecnologia ocorrerá na Europa e, de lá, encaminhada para as demais operações do grupo, localizadas também na China e Índia. O produto está sendo apresentado pela empresa na Fenatran 2024, que segue até sexta-feira, em São Paulo.
Rogério De Antoni, CEO da Hyva do Brasil, destaca que se trata de solução com foco em segurança e rentabilidade da atividade transportadora. Dentre as inúmeras informações disponíveis estão alertas para possíveis tombamentos do equipamento e a indicação de altura, carga, sobrecarga e material não descarregado. O motorista será avisado das condições por meio de uma tela no interior da cabine, enquanto o transportador terá acesso integral aos dados em uma plataforma em nuvem. A própria Hyva, respeitando aspectos de confidencialidade, também poderá acessar os dados para avaliação das operações.
O executivo destaca que a solução é conectada aos cilindros da companhia, o que deve repercutir em incremento de vendas dos demais acessórios da marca. De Antoni ressalta, além do aspecto da segurança, a importância da tecnologia para a rentabilidade do negócio, pois será possível uma avaliação da produtividade de cada operador.
Recentemente adquirida pela Jost Werke, da Alemanha, negócio global que ainda depende de aval de autoridades públicas, a Hyva passou por reestruturação, com a criação de unidades de negócios para os segmentos de componentes hidráulicos, guindastes e fabricação de coletores de lixo. Desta forma, cada unidade passa a ter um diretor com responsabilidade operacional. Sobre a aquisição, De Antoni entende que ela será importante para um crescimento ainda mais consistente da Hyva. Segundo ele, trata-se da quarta venda do grupo em seus 45 anos de existência.
Em relação ao desempenho do ano, De Antoni estima que a companhia feche com recuo de 10% sobre 2023. Basicamente em razão do resultado negativo da operação de cilindros, que acumula até outubro perda de 11%, fato decorrente da crise no agronegócio, um dos principais mercados de cilindros. Mesmo com a queda, a Hyva, obteve ganhos de participação no mercado, que caiu 25%. Já o segmento de guindastes, em razão da forte demanda na infraestrutura, registra alta de 30%. Na produção de coletores, a marca Usimeca fechará o ano com o melhor resultado dentre todas as operações globais do grupo.
As estimativas para 2025 ainda não são definitivas. De Antoni acredita em recuperação, principalmente pela expectativa do recorde da safra de grãos, que deve ficar acima de trezentas e vinte milhões de toneladas. O comportamento na unidades de guindastes ainda depende de como será a política de investimentos na infraestrutura do país.
Texto: Roberto Hunoff