Ela tinha 92 anos de idade; velório ocorre nesta segunda-feira (24), com missa de corpo presente às 17h
Nesta segunda-feira (24), o Mosteiro das Irmãs Clarissas Capuchinhas, em Flores da Cunha, perdeu uma de suas preciosas fundadoras, a Irmã Maria Bernarda de Cristo Rei. Aos 92 anos de idade, Irmã Bernarda deixou um legado de fé, amor e dedicação à vida religiosa.
Irmã Bernarda estava internada há vários dias no Hospital da Unimed, em Caxias do Sul, onde faleceu vítima de causas naturais. Ela será velada na capela do Mosteiro Nossa Senhora do Brasil, em Flores da Cunha. As cerimônias devem iniciar ainda na manhã desta segunda. A missa de corpo presente ocorre às 17h, na Capela do Mosteiro, seguida de sepultamento no cemitério das Irmãs Clarissas.
Nascida como Giuditta Maria Franca Curssano em 11 de setembro de 1930, na região de Abruzzo, Itália, Irmã Bernarda trilhou um caminho notável ao longo de sua vida. Após graduar-se em Direito, aos 32 anos, ela abraçou a vocação monástica, entregando-se a Deus como monja da congregação das Clarissas Capuchinhas.
Em 1979, Irmã Bernarda e outras quatro religiosas embarcaram em uma jornada cheia de propósito, fundando o Mosteiro das Irmãs Clarissas em Flores da Cunha, Brasil. A inauguração da obra ocorreu em 8 de dezembro de 1981, com a bênção do bispo diocesano de Caxias do Sul, Dom Benedito Zorzi.
Sua vida foi marcada pela conexão profunda com Deus e pelo silêncio que irradiava sabedoria e conforto a todos que buscavam sua orientação. Apesar da baixa estatura, Irmã Bernarda tinha o dom de oferecer abraços acolhedores e conselhos sábios, sempre proferidos com calma e um inesquecível português com sotaque italiano, que mesmo após décadas no Brasil, nunca se desfez.
Em seu aniversário de 89 anos, em 11 de setembro de 2019, Irmã Bernarda recebeu o título de Cidadã Florense, uma honra concedida pela Câmara Municipal de Vereadores de Flores da Cunha. Seu papel como Madre Superiora do Mosteiro de Flores da Cunha foi exercido com dedicação ao longo dos 44 anos que viveu no Brasil.
Além da construção do mosteiro na Serra Gaúcha, Irmã Bernarda desempenhou um papel vital na fundação de um novo mosteiro em Macapá, capital do Amapá, em 2004, onde permaneceu por 10 anos até completar 50 anos de vida religiosa em maio de 2014. Em novembro do mesmo ano, ela retornou a Flores da Cunha, onde viveu até seus últimos dias.