Caso aconteceu em novembro de 2020 na Lagoa do Rizzo, em Caxias do Sul
O ex-secretário Municipal de Agricultura de Nova Pádua, Samoel Smiderle, sua esposa Cláudia Luciane Grando e a irmã dela Cristiane Aparecida Grando Cavagnolli, foram condenados nesta quinta-feira (30), pelo crime de tortura contra uma mulher, ocorrido em 1º de novembro de 2020, em Caxias do Sul.
Samoel, de 34 anos, foi condenado a seis anos e quatro meses de prisão por tortura, agravada por ser servidor público, e agressões dirigidas à dignidade sexual e ao patrimônio da vítima, que seria sua amante. Cláudia, sua esposa e Cristiane, sua cunhada, também foram condenadas, mas somente pelo crime de tortura. Cada uma recebeu uma pena de quatro anos e oito meses. O juizado de Violência Doméstica de Caxias do Sul decidiu que a pena deve ser cumprida em regime semiaberto, mas ainda cabe recurso da decisão.
Em 2021, o Ministério Público (MP), havia denunciado o casal e a cunhada pelos crimes de tortura, estupro e roubo. No entanto, durante o processo, houve o entendimento que apenas Smiderle se enquadrava nos três crimes. Para Cláudia e Cristiane, foi imputado apenas a parte relacionada à tortura.
Na época do crime e da denúncia no MP, Samoel ainda era Secretário de Nova Pádua, mas foi exonerado na sequência.
RELEMBRE O CASO
O Ministério Público (MP) de Caxias do Sul, denunciou o ex-secretário municipal de Nova Pádua, Samoel Smiderle, por tortura, estupro e roubo. De acordo com o MP, os crimes teriam sido praticados contra uma mulher, em Caxias do Sul. Além do secretário, foram denunciadas também sua companheira Cláudia Grando e a cunhada, Cristiane Cavagnolli.
A investigação apontou que o secretário e a vítima tiveram um relacionamento amoroso. Cláudia teria descoberto o caso, o que levou ao fim da relação entre o secretário e sua esposa. Em 1º de novembro de 2020, ele teria marcado um encontro com a mulher com quem teve o relacionamento extraconjugal. De acordo com o MP, a reunião estava marcada para ocorrer em frente à lagoa do Desvio Rizzo, em Caxias.
O encontro, porém, teria sido uma emboscada. O Smiderle e a vítima teriam sentado na grama, onde a mulher foi surpreendida pela esposa, a cunhada e as outras duas mulheres. No local, a mulher teria sido agredida com chutes, socos e arranhões. As agressoras ainda teriam cortado o cabelo e rasgado as roupas da vítima, entre outros ataques. A violência física, as ameaças e o sofrimento psicológico, fizeram o MP classificar o crime como tortura.
Na emboscada, a esposa do ex-secretário teria estuprado a vítima. As agressoras, com a participação do secretário – que teria presenciado os fatos -, teriam roubado uma aliança de ouro, um celular e a carteira da vítima, além de rasgar os pneus do carro. De acordo com a denúncia, as agressões só cessaram quando populares interviram, o que fez com que as quatro mulheres e o Samoel, deixassem o local. No dia seguinte das agressões, o ex-secretário municipal teria disponibilizado e transmitido em rede social, fotografias que continham cenas de nudez da vítima.
Conforme o MP, um sexto fato teria ocorrido em 5 de janeiro de 2021, quando os denunciados, com apoio de um homem não identificado, teriam ameaçado a vítima caso ela “seguisse com o processo”. A ameaça teria ocorrido por meio de um telefonema a partir de um número não identificado.