Neste dia das mães a Rádio Solaris conta a história da moradora de Antônio Prado, Aline Pereira Pinto
Neste dia das mães a Rádio Solaris conta a história de Aline Pereira Pinto moradora da capela Nossa Senhora da Saúde, interior de Antônio Prado e de seu filho Josué que passou por uma cirurgia fetal inédita.
Mãe de primeira viagem Aline seguia sua gestação tranquilamente até as 22 semanas em que após uma ultrassonografia, para averiguar a saúde do bebê, iniciou uma jornada de incertezas e desafios. Seu bebê foi diagnosticado com mielomeningocele, um defeito de fechamento da coluna que causa lesão progressiva de raízes nervosas anormalmente em contato com o líquido amniótico, podendo levar a graves consequências como hidrocefalia (acúmulo de líquido no cérebro) e dificuldade ou perda total da capacidade de caminhar.
Segundo um dos médicos, não há explicação para esse problema ter acometido seu filho Josué, não era algo genético, mas sim um acaso ocorrido na formação de sua coluna, uma das últimas partes a se formar na gestação.
Aline seguiu fazendo o acompanhamento de sua gestação e fazendo mais exames para ter certeza da melhor forma de tratar a situação. Um dos médicos lhe disse que diante deste diagnóstico havia risco de seu bebê nascer e após minutos vir a óbito ou que no decorrer de seu crescimento durante a gestação não resistisse. “Foi um desespero só passei três dias sem dormir, só chorava”.
Após analisar o caso os médicos chegaram ao consenso de que havia uma solução. Josué deveria passar por uma cirurgia intrauterina. O procedimento não era comum no estado e talvez a gestante precisasse ir a São Paulo ou a Santa Catarina para realizá-lo. A mãe conta que com a ajuda da secretária de Saúde de Antônio Prado, através de um pedido judicial, conseguiu um médico que fizesse o procedimento em Porto Alegre. Ali foi um alívio.
“A gente foi fez a consulta com o médico e ele disse que teria como fazer, porém ele não fazia o procedimento intrauterino, somente após 24 horas de vida do recém-nascido”, mas a preocupação da mãe era a de garantir que seu filho poderia andar e os riscos de esperar seu nascimento para realizar a cirurgia existiam. Ele estava em posição pélvica com risco de perder todos os seus movimentos inferiores.
Segundo Pereira a ajuda da secretária de Saúde mais uma vez possibilitou uma consulta com o doutor Eduardo Becker que atua no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre. “Ele me disse: Você está com 27 semanas e cinco dias e nós vamos fazer a cirurgia,” relembra. O procedimento ocorreu no domingo às 7h da manhã com a participação de um médico de São Paulo, doutor Fábio Peralta.
A mãe explica que a cirurgia foi basicamente como uma cesárea com um corte um pouco maior em que o útero é retirado com o feto em seu interior, retira-se o líquido amniótico, faz o corte, posiciona o bebê, realiza o procedimento e após devolve o líquido e o útero para seu devido lugar. Aline conta que não pensava nos riscos apenas focava na oportunidade que estava dando ao seu filho de um dia caminhar. “Ele poderia ter o risco até de nascer prematuro na hora, mas eu tinha tanta fé que não levei roupas para ele, levei somente pra mim porque tinha certeza que ele nasceria na hora certa e graças a Deus deu tudo certo”.
“A operação teve a duração de cerca de três horas e transcorreu da melhor forma possível. “Para mim a recuperação do procedimento foi tranquila senti apenas um pouco mais de dor do que na cesárea”. E assim dois meses depois Josué nasceu de cesárea no Hospital das Clínicas em Porto Alegre, ficou 10 dias na UTI neonatal e logo após foi liberado para ir para casa com os pais.
Atualmente o pequeno está com sete meses e possui algumas sequelas como falta de sensibilidade do joelho para baixo, entre outras, porém faz fisioterapia e fisioterapia aquática e passará por outros tratamentos que auxiliarão seu crescimento e movimentos futuros. “Graças a Deus, com a ajuda da família e até de pessoas que desconheço que fizeram novenas para que tudo ocorresse bem e que se uniram em correntes de oração estamos bem!”
