A chuva que caiu na tarde nesta Sexta-feira Santa (7), atrapalhou a realização da tradicional procissão do encontro entre o Cristo Morto e Nossa Senhora das Dores, no centro da cidade
A chuva que caiu por volta das 15h da Sexta-feira Santa (7), em Caxias do Sul, não impediu as manifestações de fé dos católicos, mesmo com o cancelamento da procissão do encontro das imagens do Cristo Morto e de Nossa Senhora das Dores pelas ruas centrais da cidade. Mais de 1 mil pessoas participaram da Celebração da Paixão do Senhor na Catedral Diocesana Santa Teresa D’Ávila, presidida pelo bispo diocesano, Dom José Gislon.
Durante a celebração, o bispo e os padres Volnei Vanassi e Tiago Camozzato se prostraram diante do altar e da cruz, que estava envolta em panos vermelhos. Foram realizadas as leituras bíblicas do Servo Sofredor e da carta aos Hebreus, que recordam a fé no Cristo morto, e o canto do Salmo. Em seguida, aconteceu a proclamação da Paixão com o texto do evangelho de João, que recorda a entrega, a testemunha e morte de Jesus.
A comunidade rezou pelas diferentes dimensões da vida humana, incluindo os poderes políticos, a sociedade e mesmo os que não creem em Cristo, bem como pela própria Igreja Católica espalhada pelo mundo inteiro. Logo depois, com o refrão “Eis o lenho da Cruz, do qual pendeu a salvação do mundo”, entoado três vezes, os panos vermelhos foram retirados, a Cruz foi revelada e, assim, feita a adoração. O rito foi concluído com a distribuição da Eucaristia consagrada na Missa da Ceia do Senhor, na Quinta-feira Santa.
Em sua reflexão, Dom José destacou a liturgia da Palavra proclamada durante a Celebração da Paixão, explicando cada um dos gestos, como a prostração diante da cruz de Jesus. Ele enfatizou que olhando para a cruz de Cristo, sabe que Ele compreende nosso medo e dor e pode experimentar a salvação que vem a nós. Deus não nos salva nos humilhando com Seu ser Deus, mas com Sua humildade, que assumiu e sofreu nossa violência. Ele concluiu lembrando a Campanha da Fraternidade 2023, cujo tema é a fome no Brasil, e exortou os fiéis a engajarem-se na busca de soluções eficazes para o drama da fome, com base na lógica de Jesus e do Evangelho. Ele destacou que a caridade não pode morrer entre os cristãos e que a solidariedade nasce de uma experiência transformada com Cristo, e não de uma ideologia partidária.