Os novos 118 leitos do hospital ainda não poderão ser usados; fila por vaga para cirurgias eletivas na região ultrapassa 10 mil pessoas
Inaugurar um estádio de futebol sem jogos, sem torcida, sem bola, sem funcionários. Assim, o vereador caxiense Rafael Bueno (PDT), que foi três anos presidente da Comissão de Saúde do Legislativo caxiense e liderou a Frente Parlamentar de Apoio em Defesa da Conclusão das Obras do Hospital Geral, reagiu ao anúncio da inauguração da nova construção sem abertura de leitos, que ocorrerá nesta sexta-feira (28). Em seu discurso, o vereador chamou a inauguração de “fake”.
“Depois quase 10 anos se passarem desde o começo das obras, mais de R$ 37 milhões de dinheiro público investidos, sendo R$ 15 milhões do governo do Estado, diversas emendas parlamentares e doações de pessoas e empresas, após vários adiamentos, teremos uma inauguração de fachada”, enfatizou Bueno. O vereador lembrou tambepm quye uma lei do vereador Renato Oliveira (PCdoB), sancionada em dezembro passado, impede esse tipo de obra ser inaugurada.
Da tribuna, o pedetista lamentou que cerca de 11 mil pessoas estejam aguardando por cirurgias eletivas pelo sistema público, por exemplo, enquanto será inaugurado um prédio de sete andares sem atendimento de internação clínica, Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulta, UTI pediátrica e UTI neonatal.
Para o início dos trabalhos no novo anexo ainda são necessárias a autorização por parte do Ministério da Saúde e a garantia de recursos para a operacionalização do complexo, de cerca de R$ 7 milhões por mês.
O vereador ainda criticou a Fucs (Fundação Universidade de Caxias do Sul) que, segundo ele, cobra investimentos da Prefeitura de Caxias, mas não cobra dos demais municípios da região. “Municípios da Serra não estão colaborando com a questão da saúde faz muito tempo, apesar de os moradores dessas cidades estarem nas listas para cirurgias, por exemplo, chegando a cerca de 3, 4 mil pessoas”, enfatizou Bueno.