De acordo com o Lucas Caregnato (PT), comunitaristas classificam o protesto como violento, e com incitação à instalação de um estado de exceção
Nesta semana, moradores dos bairros Rio Branco e São Pelegrino assinaram uma carta se opondo as manifestações que ocorrem em frente ao 3º Grupo de Artilharia Antiaérea (GAAAe) de Caxias do Sul desde as eleições em 2° turno no último dia 30. Vereadores do município também repercutiram, em sessão ordinária na Câmara nesta quinta-feira (17), sobre a insatisfação de moradores da área no entorno de onde ocorre a mobilização.
A principal reclamação é sobre a falta de sossego público, principalmente aos finais de semana. Durante o final do dia, e até mesmo a noite, é possível ouvir muitos sons de buzina de veículos. Isso acontece, sobretudo, porque simpatizantes que passam pela Avenida Rio Branco frequentemente buzinam para os manifestantes. O barulho é motivo de queixa de moradores especialmente aos sábados e domingos.
A carta contrária às manifestações em frente ao Quartel do Exército foi especialmente reverberada pelo vereador Lucas Caregnato (PT). De acordo com o parlamentar, os comunitaristas consideram os referidos atos como violentos, com incitação à instalação de um estado de exceção, indo de encontro aos princípios fundamentais da Constituição.
Vale destacar que as manifestações estão ocorrendo diariamente, há 20 dias, desde que a eleição foi vencida por Luiz Inácio Lula da Silva.
O vereador Lucas ressaltou que o país funciona sob um Estado Democrático de Direito. “Incitar uma intervenção militar é algo ilegal. O próprio artigo 5º da Carta Magna libera manifestações, desde que sejam pacíficas”, ponderou. O petista também considerou ruim recente colocação do secretário municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade, Alfonso Willenbring Júnior, que teria minimizado os efeitos das mencionadas manifestações.
Em seguida, a vereadora e presidênte da Câmara, Denise Pessôa (PT), apoiou a carta. “É uma forma civilizada de manifestar opinião. Faltam medidas efetivas do prefeito municipal, no sentido de garantir maior tranquilidade aos moradores daquele perímetro da cidade”, alertou.
Na mesma linha, a vereadora Estela Balardin (PT) lembrou que atrações culturais, como o Carnaval, já enfrentaram dificuldades para autorizar o fechamento de ruas. “Mas, agora, os protestos em frente ao quartel são encarados com naturalidade”, comparou.