Criminoso recebeu prisão domiciliar após alegar necessidade de cirurgia e estava sendo monitorado por tornozeleira eletrônica
Um dos suspeitos de envolvimento no assalto ao Aeroporto Hugo Cantergiani, em Caxias do Sul, voltou a ficar foragido. Conhecido pelo apelido Cigano, o criminoso rompeu a tornozeleira eletrônica e fugiu na noite desta quinta-feira (29), menos de uma semana após receber o benefício da prisão domiciliar.
O homem havia sido preso em 21 de junho de 2024, dois dias após o crime, em Juquitiba, no interior de São Paulo. Desde então, estava recolhido na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), até ser liberado no último dia 22 de maio por determinação da Justiça Federal.
A decisão judicial autorizou a saída temporária com base em um pedido de cirurgia para tratamento de hérnia de disco. O monitoramento eletrônico por tornozeleira teria duração de dois meses, mas o prazo poderia ser revisto conforme laudos médicos. A fuga, porém, ocorreu apenas sete dias após o início da prisão domiciliar.
Segundo investigações, Cigano é apontado como um dos líderes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), com papel estratégico na coordenação de finanças e logística da organização. Até o momento, ele ainda não foi recapturado.
O assalto ao terminal aéreo ocorreu em 19 de junho de 2024. Na ação, cerca de dez criminosos tentaram roubar R$ 30 milhões em dinheiro transportado por um carro-forte. Metade do valor foi levada pelos assaltantes. O ataque resultou na morte do 2º sargento da Brigada Militar Fabiano Oliveira, de 47 anos, atingido durante o confronto.
A Polícia Federal segue investigando o caso e busca localizar o foragido.
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Nova fase da operação da Polícia Federal mira quadrilha envolvida no assalto
Na última quarta-feira (28), a Polícia Federal deflagrou a segunda fase da Operação Elísios, que investiga o audacioso assalto a um avião-pagador ocorrido em 19 de junho de 2024, no Aeroporto Hugo Cantergiani, em Caxias do Sul. A ofensiva mobilizou mais de 200 agentes federais e foi realizada simultaneamente em quatro estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo.
Durante a operação, um homem foi baleado em Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre. As diligências ocorreram nas cidades gaúchas de Taquara, Parobé, Gravataí e Caxias do Sul, além de Navegantes (SC), Curitiba (PR) e São Paulo (SP). A investigação revelou que a quadrilha utilizou viaturas clonadas da Polícia Federal para ter acesso à área restrita do aeroporto, onde cometeram o assalto.
A ação policial cumpriu 47 ordens judiciais, sendo 17 mandados de prisão preventiva, quatro de prisão temporária e 26 de busca e apreensão. Também foram bloqueados bens e contas bancárias dos investigados, conforme determinação da Justiça.