A previsão de conclusão das obras é para novembro de 2023
O lançamento do projeto de restauro e reabilitação da Subprefeitura de Nova Pádua ocorre às 14h de sexta-feira (18) na própria subprefeitura. O evento contará com a presença da secretária da Cultura do Estado, Beatriz Araujo. A obra tem o objetivo de devolver à comunidade o bem cultural do município. A previsão de conclusão é para novembro de 2023.
Patrimônio municipal tombado, o prédio abrigava a Subprefeitura de Nova Pádua quando a localidade era distrito de Flores da Cunha, até o início da década de 1990. Com as obras de restauro, a edificação vai proporcionar a modernização do Museu e Arquivo Histórico Municipal, a instalação de nova exposição museográfica e a implantação do Plano Museológico. Também será agregada uma nova edificação, destinada a abrigar a Biblioteca Pública Flávio Luis Ferrarini. A sede do Instituto dedicado ao escritor também será instalada no local.
Além disso, o acesso e a aproximação da comunidade com o complexo cultural devem ocorrer com a realização de um amplo projeto pedagógico. Este, contemplará oficinas de crônicas e poesias nas escolas públicas, concurso literário e publicação, peça de teatro e a produção de um vídeo documentário sobre a história da subprefeitura e seu forte vínculo com a comunidade.
O projeto cultural foi aprovado em 2022 pelo Conselho Estadual de Cultura e conta com a participação das empresas patrocinadoras Comercial de Alimentos Grazziotin, Cooperativa Vinícola Nova Aliança, Boscato Vinhos Finos, Vinícola Milano, OMP/Metalco, Vinícola Mioranza, Sulmonte Vinhos e Vêneto Transportes.
Financiada pelo Pró-Cultura RS e Secretaria da Cultura e Governo do Estado do Rio Grande do Sul, através da Lei de Incentivo à Cultura, a iniciativa é do Instituto Flávio Luis Ferrarini com apoio da Prefeitura de Nova Pádua.
FLÁVIO LUÍS FERRARINI – O MENINO DA TERRA DO SOL
Natural do então distrito de Nova Pádua, Flávio Luís Ferrarini mudou ainda adolescente para a sede do município de Flores da Cunha (RS), onde fixou residência. Era publicitário e colunista dos jornais O Florense – desde seu início, em 1986 – e Semanário, de Bento Gonçalves. Além disso, Ferrarini, colaborava com vários sites literários.
Entre os reconhecimentos recebidos está o empréstimo de seu nome à Biblioteca Pública Municipal de Nova Pádua e à Casa de Cultura de Flores da Cunha, além de ter sido escolhido Patrono da 30ª Feira do Livro de Flores da Cunha.
Ferrarini acumulou resenhas entusiastas em importantes publicações literárias do Brasil. Suas obras mereceram artigos elogiosos, como o de José Paulo Paes, ensaísta, poeta e tradutor brasileiro, o qual afirmou que “Ferrarini é essencialmente um poeta moderno, com um olhar sobre a contemporaneidade, com sua uma forma de ver o mundo, poética, sábia e sensível que desperta nosso olhar. Um mestre na criação de metáforas destinadas a alimentar com prazer quem lê buscando alta literatura. Valem mais seus minutos interioranos do que horas inteiras de muito poeta da cidade grande. É na simplicidade que Ferrarini encilha o poder devastador do talento que cultiva, prontinho para encantar aos que sabem pescar pérolas.” (In: Portal da Literatura e Paes, José Paulo, 1997, Um Poeta do Interior).
Flávio Luís Ferrarini publicou seu primeiro livro individual em 1985, abrindo uma série de obras nos gêneros de contos, crônicas, poesia, poesia em prosa, novela e narrativas infanto-juvenis. Foi vítima de um acidente de trânsito em 16 de junho de 2015. Suas crônicas permanecem no site do Jornal O Florense como forma de homenagem póstuma.
A obra autobiográfica O menino da terra do sol foi convertido em filme de curta-metragem e tem recebido diversos prêmios em festivais de cinema.
Foto: Maicon Pan