Estimativa indica que os danos nas propriedades rurais chegue a R$ 70 milhões
Devido ao temporal registrado na noite da última sexta-feira (17) e madrugada do sábado (18), os prejuízos financeiros na agricultura de Flores da Cunha chegam a R$ 70 milhões. Conforme dados coletados pela Secretaria Municipal de Agricultura, Emater e Sindicato dos Trabalhadores Agricultores Familiares de Flores da Cunha e Nova Pádua, mais de 5 mil hectares de área produtiva foram atingidos, com uma estimativa média de perdas em 30%.
Várias culturas tiveram estragos, principalmente uva, pêssego, ameixa, caqui, cebola e alho. Estufas, galpões e aviários, estradas de produção e abastecimento de água das localidades também foram comprometidos. Além disso, a estimativa é de que mais de 550 residências foram atingidas no município e tiveram problemas com danos em telhados. Quase 24 mil m² de lonas foram distribuídas na sede do Corpo de Bombeiros.
A média de chuva registrada durante o temporal superou os 240 mm em cerca de 24 horas, volume alto para pouco tempo, o que sobrecarregou os sistemas de escoamento pluvial. Entretanto, o acumulado chegou a 350 mm apenas entre os dias 13 e 19 de novembro (seis dias).
Em razão destes eventos climáticos adversos, o prefeito César Ulian (Progressistas), decretou situação de emergência para o município na manhã de sábado. “Por mais difícil que seja esse momento para todos, aos poucos, vamos reconstruindo as coisas, nos auxiliando mutuamente. Nos solidarizamos com todas as famílias que foram afetadas e nos colocamos sempre à disposição. Estamos todos juntos”, conclui Ulian.
A secretaria de Obras e Serviços Públicos já mapeou pelo menos 32 pontos de estragos em diversos locais, com problemas de infraestrutura. O trabalho é feito por servidores com o auxílio de caminhões, retroescavadeiras, entre outros maquinários. Até o momento, apenas a estrada que liga a sede do município ao distrito de Otávio Rocha segue obstruída.
De acordo com o secretário Lucas Carenhato, esta força-tarefa deve seguir por dois meses devido a tamanha demanda e ocorrências registradas. “Demais serviços rotineiros da Prefeitura e o cronograma serão executados posteriormente”, afirma Carenhato. Durante os últimos dias foram intensificados serviços de desobstrução de vias e sistemas de drenagem, além remoção de árvores caídas e detritos nas ruas.
Os estragados atingiram também o abastecimento de energia elétrica e de água. De acordo com a Rio Grande Energia (RGE), 15 postes de luz foram danificados e 30 eventos de falta de energia registrados. Já a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), informa que seis estações de bombeamento foram comprometidas pela falta de energia e/ou rompimento de adutoras.
Os impactos na educação
Na área da educação, duas escolas, sendo a 1° de Maio e Irmã Tarcísia, foram as mais atingidas pelo temporal. Medidas de contenção, como a troca de telhas de fibrocimento mais danificadas, colocação de lonas nos telhados e manta asfáltica nos buracos menores, foram feitas para minimizar os prejuízos causados pela chuva de granizo.
Uma força-tarefa, que ocorreu no sábado e domingo, dias 18 e 19, respectivamente, envolvendo a Prefeitura e a comunidade escolar, com o auxílio de voluntários, garantiu que as aulas fossem realizadas.
Em virtude da chuva registrada nesta quarta-feira (22), as aulas na escola 1° de Maio ocorreram de forma remota. Nesta quinta (23), as atividades ocorreram normalmente.