Ex-prefeito de Farroupilha sugeriu, em live com Jair Bolsonaro, colocar ministro do STF em uma guilhotina
A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou o ex-prefeito de Farroupilha, Fabiano Feltrin (PL), por incitação ao crime após ele sugerir colocar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em uma guilhotina. A fala ocorreu em 25 de julho de 2024, durante uma transmissão ao vivo realizada na cidade com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Na ocasião, Feltrin respondia a comentários sobre uma estátua em homenagem a Moraes. Ao lado de Bolsonaro, ele afirmou: “Aqui não tem isso. A homenagem aqui pra ele eu vou mostrar qual é, Vitorino. É só colocar ele aqui na guilhotina, ó. Aqui a homenagem pra ele”. Segundo a PGR, o ex-prefeito manipulava um objeto semelhante a uma guilhotina no momento da declaração.
De acordo com a denúncia, o discurso “banaliza a prática de crimes contra Ministros do Supremo Tribunal Federal” e “incentiva de maneira pública e explícita a prática do crime de homicídio contra Alexandre de Moraes, ao propugnar como ‘homenagem’ ao magistrado a utilização de um instrumento utilizado para decapitação de pessoas”.
A Polícia Federal havia indiciado Feltrin em setembro. Moraes, que é relator do caso no STF, abriu prazo de 15 dias para a defesa do ex-prefeito se manifestar. Após esse período, caberá ao Supremo decidir se recebe a denúncia e torna o ex-prefeito réu. Em depoimento à PF, Feltrin alegou que a fala foi feita em tom de “brincadeira” e em ambiente privado, sem intenção de ofender. Procurado pela reportagem do canal de notícias CNN, o advogado Alexandre Dargél disse que ainda não foi intimado sobre a denúncia, mas afirmou estar confiante em um desfecho favorável ao ex-prefeito.