Pesquisador do InCor detalha pesquisa que analisou como o vinho tinto impacta o cérebro na próxima segunda-feira (24)
Um dos nomes mais respeitados da cardiologia brasileira, o Dr. Protásio Lemos da Luz, vai estar em Flores da Cunha na próxima segunda-feira (24), para apresentar um estudo pioneiro sobre os efeitos do consumo moderado de vinho tinto no cérebro. A palestra ocorre no Centro Empresarial, a partir das 19h.
O evento integra a programação de 35 anos da entidade e marca a chegada à Serra Gaúcha de uma pesquisa inédita conduzida pelo InCor – Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP, que investigou como o consumo regular e moderado de vinho tinto pode influenciar o desempenho cognitivo.
As vagas são limitadas e as inscrições gratuitas podem ser feitas até 23 de novembro pelo site do Centro Empresarial. Informações adicionais estão disponíveis pelo telefone (54) 3297-3055, WhatsApp (54) 9 9263-0704 ou e-mail [email protected].
O evento é promovido pela Câmara Setorial de Vinhos do Centro Empresarial e conta com apoio de diversas entidades do setor vitivinícola e do Instituto do Coração da USP
O que diz o estudo
A equipe liderada por Protásio avaliou 30 consumidores habituais de vinho tinto e 27 abstêmios, todos sem sinais de declínio cognitivo. Os pesquisadores utilizaram ressonância magnética funcional e testes neuropsicológicos de atenção e velocidade mental.
Embora não tenham sido identificadas alterações estruturais no cérebro dos participantes, os grupos apresentaram padrões distintos de recrutamento cerebral durante tarefas de atenção. Os abstêmios acionaram áreas diferentes do lobo parietal esquerdo, enquanto consumidores moderados de vinho tiveram desempenho discretamente melhor em testes como Stroop e Trail Making.
O pesquisador reforça, porém, que o estudo tem caráter exploratório. “Este estudo não prova nada de forma definitiva. Ele abre caminho para pesquisas futuras”, afirma Protásio.
Os cientistas destacam que o consumo moderado não esteve associado à redução de volume de estruturas encefálicas e que as diferenças encontradas podem estar relacionadas a mecanismos compensatórios do envelhecimento.
O cardiologista Dr. Roberto Kalil Filho ressaltou que nenhum estudo deve servir como estímulo ao consumo indiscriminado de álcool. “Qualquer bebida alcoólica deve ser consumida com responsabilidade, especialmente por pessoas com histórico de problemas cardiovasculares, hepáticos ou dependência”, afirmou.
Apoio do setor vitivinícola
A pesquisa integra um convênio entre o InCor e entidades do setor vitivinícola brasileiro, que financiaram a investigação. Para Luciano Rebellatto, presidente do Consevitis-RS, o estudo representa um avanço importante: “É motivo de grande satisfação apoiar uma pesquisa conduzida por uma instituição da relevância do InCor. Iniciativas assim qualificam o debate e reforçam o compromisso do setor com a produção responsável e a informação ao consumidor”, disse.
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