Derrota na abertura do returno do Brasileirão antecede a decisão das oitavas de final da Libertadores, na quarta-feira
Em uma noite de opostos no Beira-Rio, o Inter foi batido com naturalidade pelo Flamengo na abertura do returno do Campeonato Brasileiro. A derrota por 3 a 1, placar até baixo pela diferença que se viu entre os times nos mais de 100 minutos jogados, é a terceira como mandante. O tropeço deixa o Colorado com 24 pontos, em 12º lugar. Os cariocas mantêm a liderança, com 43 pontos.
O intervalo de 72 horas é o espaço de tempo para compreender o que aconteceu e estancar algum reflexo na semana mais importante do ano. Quarta-feira, novamente na casa colorada, as duas equipes se reencontram pela terceira e mais decisiva vez em sete dias, pois vale vaga entre os oito melhores da Libertadores. E a atmosfera certamente será outra com o estádio lotado.
Tendo somente Aguirre dos titulares e ainda assim na lateral contrária e diante de um adversário que repetiu mais da metade do time do Maracanã, a diferença técnica saltou aos olhos em fração de segundos. No primeiro lance de ataque carioca, por pouco a bola não chegou em condição para Pedro marcar, o que não demoraria muito. Varela apareceu às costas da zaga e escorou de cabeça para o camisa 9 rubro-negro. Ele definiu para o fundo das redes de peito de pé. Aos 10, Saúl levou perigo e no minuto seguinte Pedro ampliou em uma aula de contra-ataque. A bola passou por Arrascaeta e Luiz Araújo até chegar no centroavante, com categoria, vencer Anthoni.
Enquanto o Inter tentava se achar em campo, o Flamengo diminuía a objetividade. Sem articulação no meio e sem Vitão para construir de trás, as iniciativas coloradas foram raras. Clayton Sampaio, de cabeça em escanteio, foi o único perigo a Rossi antes do intervalo sob vaias da torcida. “A gente não pode ter uma atitude dessas no começo do jogo. Muda toda a estratégia. Primeira vez que a gente joga junto falta entrosamento”, admitiu o volante Richard, sobre o Inter, de novo, tomar um gol cedo.
O Inter voltou mais ligado do vestiário. Gustavo Prado pelo lado esquerdo foi quem mais buscou alternativas. Do outro lado, porém, a resposta veio do banco de reservas. Plata entrou no lugar de Pedro e em chute de fora da área fez 3 a 0.
O gol aconteceu no exato momento em que Roger preparava uma troca tripla. Para tentar o mínimo de reação ainda dentro da partida, mandou a campo três titulares: Bernabei, Alan Rodríguez e Ricardo Mathias nos lugares de Aguirre, Bruno Henrique e Valencia, os dois últimos não poupados dos apupos das frias arquibancadas.
A metros de distância de Roger, Filipe Luís também acionou os seus suplentes em outro detalhe do enfrentamento que ajuda a entender a complexidade do desafio da Libertadores. Recuperados de lesão, entraram Danilo, o capitão da Seleção Brasileira na última Copa do Mundo, e De La Cruz. O volante uruguaio, logo na primeira bola, quase fez o quarto ao invadir a área e chutar por cima do gol. O Flamengo chegava dentro da área do Inter com velocidade e facilidade diante de um oponente exposto.
Nos minutos finais o que se viu foi todos no Beira-Rio já pensando na quarta-feira, quando o clima será totalmente diferente do que se viu na noite de domingo. Nos acréscimos, o atacante Borré ainda descontou para 3 a 1 o resultado.
O Inter terminou o jogo com metade dos titulares, o que custou um resultado negativo dentro de casa, ainda que diante do favorito e líder do Brasileirão. Nas arquibancadas, gritos de apoio – por quarta-feira. O preço da derrota, no entanto, será relativizado dependendo do que ocorrer daqui dois dias. Nas arquibancadas, gritos de apoio – não por ontem, mas por quarta-feira. O preço da derrota, no entanto, será relativizado dependendo do que ocorrer daqui dois dias.
Fonte: João Paulo Fontoura