Programa Inverno Gaúcho com Saúde visa reforçar serviços nos hospitais, com o investimento de recursos extras nas entidades e empréstimo de equipamentos
O início do inverno nesta quarta-feira (21) traz um alerta para a ampliação dos cuidados com a saúde. As temperaturas mais baixas, verificadas nesta época do ano, favorecem a disseminação de vírus como o da gripe, de resfriados e da covid-19. Por isso, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) recomenda algumas medidas de higiene e de prevenção, como a vacinação contra a influenza e o coronavírus. Entre as ações do governo do Estado, o Programa Inverno Gaúcho com Saúde visa reforçar serviços nos hospitais, com o investimento de recursos extras nas entidades e empréstimo de equipamentos.
A maior transmissão durante o inverno ocorre por conta de hábitos relacionados ao frio, como a maior permanência em espaços fechados e com pouca ventilação, o que facilita a circulação de microrganismos – principalmente vírus respiratórios.
Como explica a enfermeira do Núcleo de Doenças Respiratórias do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Letícia Martins, a temperatura e a umidade no inverno são propícias para as infecções respiratórias. “Quanto menor a umidade mais fácil é a transmissão, visto que as partículas virais ficam mais tempo suspensas no ar. Quando a umidade está muito alta, elas caem com as gotículas de água”, explica. “Em períodos frios, as pessoas têm a tendência de ficarem mais confinadas em espaços fechados. As casas não ficam com janelas e portas abertas no inverno. Esses fatores tornam a transmissão de qualquer vírus respiratório mais intensa durante essa época do ano.”
Aumento da demanda de saúde entre junho e agosto
Entre os meses de junho e agosto, a demanda por atendimentos de saúde tende a aumentar. Doenças do sistema respiratório foram a principal causa de internação de crianças e adolescentes de zero a 14 anos no Estado em 2022, representando 12,3% dos casos.
Em comparação com 2019, antes da pandemia da covid-19, houve um aumento de 6% nas hospitalizações pediátricas por doenças respiratórias. Pneumonia, asma e bronquite e bronquiolite agudas são as enfermidades que mais levaram às internações, quadro agravado pela pandemia.
Predominância de H1N1 acende alerta para vacinação
A vacina trivalente contra o vírus influenza continua sendo a melhor alternativa para evitar formas graves da infecção. O imunizante estimula a produção de anticorpos para as três cepas principais: A (H1N1), A (H2N3) e B.
Neste ano, a cepa predominante em circulação identificada nos casos de hospitalização é a A (H1N1), a mesma que originou a pandemia de gripe em 2009. O temor é que, com poucas pessoas vacinadas, a tendência seja de altos números de infecções e agravamentos da doença. “A cepa H1N1 historicamente causa mais prejuízos à saúde em comparação com outros subtipos de influenza. A vacina é disponibilizada para garantir que as pessoas estejam imunizadas quando entrarem em contato com o vírus”, informa Letícia.
Em 2023, o Rio Grande do Sul já registrou 774 hospitalizações por Síndrome Respiratória Aguda Grave causadas pelo vírus influenza, das quais 75 evoluíram para óbito. Entre os casos de influenza A com subtipo identificado, o predomínio é do A (H1N1), com 332 casos, contra apenas oito de A (H3N2). Além disso, foram 199 diagnósticos para Influenza B e 222 casos nos quais o exame não distingue entre os subtipos de Influenza A.
A vacinação contra a gripe influenza ainda está disponível em todos os municípios, conforme estoque remanescente, para todas as pessoas acima dos seis meses. Mais de 3 milhões de pessoas foram vacinadas no Estado. Entre os grupos de maior risco (crianças, idosos, gestantes, puérperas, trabalhadores da saúde e professores), a cobertura é de 51%.
Outro importante cuidado recomendado é a vacinação contra covid-19. Em maio deste ano, foram 12 mil novos casos registrados e 104 óbitos pela doença. Até esta quarta-feira (21/6), 1,3 milhão de pessoas tomaram a dose bivalente contra a covid-19, recomendada para todas as pessoas acima de 18 anos.
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