Queda nos alimentos ajudou a conter o IPCA; ovo de galinha teve queda de 6,58%
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, ficou em 0,24% no mês de junho, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (10) pelo IBGE. Foi o menor resultado mensal desde fevereiro e o quarto mês consecutivo de desaceleração.
A principal contribuição para a perda de força do índice foi a primeira queda no grupo de alimentos em nove meses, com destaque para produtos como ovo de galinha (-6,58%), arroz (-3,23%) e frutas (-2,22%). A alimentação no domicílio caiu 0,43%. Já a alimentação fora de casa também desacelerou, passando de 0,58% em maio para 0,46% em junho.
Apesar da melhora pontual, a inflação acumulada em 12 meses alcançou 5,35%, estourando o teto da meta do governo — que é de 4,5% — pelo sexto mês consecutivo. Isso configura oficialmente o descumprimento da meta de inflação, segundo a nova metodologia definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) no início de 2025.
Entre os principais impactos de alta no mês, está a energia elétrica, que passou a ser cobrada com bandeira vermelha e foi o subitem que mais pressionou o índice no período.
Desde fevereiro, o IPCA vem perdendo força mês a mês: 1,31% (fevereiro), 0,56% (março), 0,43% (abril), 0,26% (maio) e 0,24% (junho). Em junho do ano passado, o índice havia sido de 0,21%.
O gerente do IPCA no IBGE, Fernando Gonçalves, atribui a queda nos preços dos alimentos a uma melhora na oferta, puxada pela boa safra atual. Ainda assim, alguns produtos seguem acumulando alta significativa, como o café, que subiu 0,56% em junho e já registra aumento de 77,88% em 12 meses.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, apenas o de alimentos e bebidas registrou queda de preços em junho, com recuo de 0,18% e impacto negativo de 0,04 ponto percentual no índice geral.
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