O estopim se deu após um morador de rua matar um homem a facadas no último final de semana
José Monteiro da Silveira, de 34 anos, foi morto a golpes de faca no início da madrugada do último domingo (25), no bairro Rio Branco, em Caxias do Sul. Silveira havia saído de casa por volta das 23h30min para passear com o cachorro até que foi atacado aleatoriamente. O suspeito do crime é um morador de rua, que já foi preso pela polícia. O que chama atenção, é que o criminoso já possui outras três passagens por homicídio, além de outros crimes. Tal fato revoltou a comunidade.
Em virtude disto, o prefeito Adiló Didomenico realizou uma coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (26) para retratar o fato e comunicar a população que, desde já, moradores de rua que estão alojados na frente de agências bancárias, restaurantes e passeios públicos – pedindo dinheiro, comida ou algo do gênero – serão abordados e convidados a serem encaminhados as ONG’s.
Após a abordagem, será feito o cadastro único dos moradores, para que os mesmos possam receber ajuda nas instituições, cadastro este que contém 750 moradores de rua registrados até o momento.
“O objetivo principal é o recadastramento de todos os moradores de rua, a identificação da situação deles, inclusive de ficha criminal. Além de todas as políticas sociais que o município já tem, nós seremos mais efetivos na remoção do direito sagrado que o cidadão tem de circular no passeio público, entrada de bancos e na frente de estabelecimentos que lidem com alimento ou produtos de saúde. Este será o foco inicial. A partir de agora, a gente está tomando uma decisão de trabalhar muito forte essa questão, além de tudo aquilo que a gente já vinha fazendo. Retirar os pertences inclusive deles. Retirar os pertences dentro daquilo que a lei nos faculta, levando para um local onde eles possam recuperar depois, mas, ao mesmo tempo que nós estamos tomando uma medida de desobstruir esses espaços, nós também estamos preocupados com a integridade física dessas pessoas” explicou Adiló.
O prefeito enfatizou que nesses locais os moradores de rua serão bem recebidos com comida, água, banho e local para dormir. Entretanto, os mesmos deverão cumprir as regras impostas pelo local, não podendo entrar com álcool, drogas e alguns utensílios como facas ou algo do gênero.
O Centro especializado da Fundação de Assistência Social (FAS) será intensificada e contará com três serviços que fazem acolhimento para 120 vagas e distribuindo 140 refeições diárias. Além disto, um novo espaço no bairro Primeiro de Maio será construído como espécie de restaurante para as pessoas que estão em estado de vulnerabilidade social.
Adiló fez um alerta para que a comunidade caxiense compreenda a situação que, por muitas vezes, acaba sendo incentivo para essas pessoas continuarem nas ruas, e que, caso queira ajudar com doações, que procurem as ONG’s ou igrejas que fazem este tipo de trabalho. Através dessas instituições, serão realizadas as distribuições de forma organizada.
O prefeito também relatou que o município de Caxias é uma cidade acolhedora de pessoas, oferecendo empregos, inclusive para quem vem de fora, e, se precisar, o município disponibiliza vagas para acompanhamento terapêutico, tratamentos contra alcoolismo e ainda pagando a passagem para o cidadão voltar para sua cidade caso não consiga se habituar em Caxias.