Próxima apresentação ocorre na noite desta sexta-feira (20), no Ordovás, em Caxias do Sul
A temporada 2023 do espetáculo “Odila”, monólogo que conta a vida da jovem cidadã caxiense sobrevivente da tragédia na Metalúrgica Gazola, chega a região central de Caxias do Sul. Na noite desta sexta-feira (20), a peça será apresentada no Teatro do Centro Municipal de Cultura Dr. Henrique Ordovás Filho, a partir das 19h30min. A encenação fala sobre Odila Gubert, que aos 20 anos teve o rumo de sua vida totalmente alterado ao perder a perna direita no grave acidente.
Protagonizado pela atriz Tina Andrighetti, que também é diretora e uma das pesquisadoras da peça, a apresentação retrata um fragmento deste acontecimento. “Odila teve seus sonhos ceifados por essa tragédia, numa época em que ainda se desconsiderava a saúde e o bem-estar dos trabalhadores. Esse acontecimento está inteiramente entrelaçado com a história da nossa cidade. Mais que tudo, é uma história demasiadamente humana. A jovem Odila viu-se sujeita a uma vida de sacrifícios e de pouco amparo legal, com apoio incondicional apenas de sua família”, explica.
A estreia do projeto de circulação “À Memória de Odila” foi no dia 19 de agosto, em Criúva, no CTG Pousada dos Tropeiros. Ainda, estão agendadas apresentações nos bairros Panazzolo e Petrópolis, em outubro e novembro, com a última encenação da peça em dezembro, em Santa Lúcia do Piaí.
Confira a agenda das próximas apresentações na cidade:
Horário: sempre às 19h30
Dia 20/10/2023 – sexta-feira
Local: Sala de Teatro Valentim Lazzarotto, junto ao Centro Municipal de Cultura Dr. Henrique Ordovás Filho (Rua Luiz Antunes, 312, Bairro Panazzolo)
Dia 21/10/2023 – sábado
Local: Vila Oliva, Salão Paroquial (Avenida Gavioli, s/nº)
Dia 11/11/2023 – sábado
Local: Bairro Petrópolis, Salão da Igreja São Pedro (Rua Ferdinando Rosa, 496)
Dia 02/12/2023 – sábado
Local: Santa Lúcia do Piaí, Salão Paroquial (Rua Pedro Daneluz, s/n)
Sobre a peça:
Em meio à Segunda Guerra Mundial, em julho de 1943, Caxias do Sul (RS) viveu um dos mais dolorosos capítulos da sua história causado pelas sucessivas explosões na Metalúrgica Gazola, que fabricava artefatos bélicos para os combatentes brasileiros, e vitimou fatalmente seis operárias que trabalhavam no local.
“Odila” foi inicialmente montado em 2016, como parte do Projeto Identidades, dando partida à proposta de levar à cena histórias reais. Em 2023, completa-se 80 anos da explosão e 20 anos da morte de Odila Gubert, o que provocou a retomada das atividades da peça com uma agenda de apresentações privilegiando o caráter popular da obra. “Para a nossa equipe, esse é um momento fundamental para relembrarmos e honrarmos sua memória. Não como uma comemoração, mas um acontecimento que marque essa tragédia como um fato importante a ser conhecido e (re)lembrado, também por ser indissociável à nossa própria história e da cidade. Levar a história ao conhecimento de mais uma parte da população e relembrar os fatos a tantas outras pessoas que já os conheceram, constitui-se num valor inestimável pois, ao falarmos sobre, alimentamos a memória coletiva, social e cultural”, explica a diretora.
Sobre a tragédia:
Em 22 de julho de 1943, sucessivas explosões ocorreram no principal pavimento da fábrica de munições Gazola, Travi & Cia e vitimaram sete funcionárias, as quais perderam sua vida ao cumprirem o dever “pelo esforço de guerra”: Graciema Formolo, Júlia Gomes, Olívia Gomes, Irma Zago, Maria Bohn, Tereza Morais e Anoema da Costa Lima, reconhecida como vítima somente em 2018. A tragédia deixou ainda 15 feridos, sendo que uma delas foi Odila Gubert, 20 anos, porém sua vida tomou outro rumo, contrário aos sonhos alimentados até então. Ela teve a perna direita amputada e permaneceu três meses e meio internada devido aos ferimentos. A empresa, encampada pelo Exército, fabricava artefatos bélicos para os combatentes brasileiros e, naquele dia, cerca de vinte operárias – com idades entre 14 e 20 anos, fabricavam munições no pavilhão. Recém consolidados, os direitos trabalhistas ainda careciam de igualdade entre homens e mulheres e também de cumprimento efetivo.
Ficha Técnica:
Direção e atuação: Tina Andrighetti
Supervisão de Dramaturgia/Cena: Tefa Polidoro
Pesquisa: Paula Cervelin Grassi e Tina Andrighetti
Preparação cênica e musical: Gutto Basso
Cenário: Roberta Tiburri
Figurino: Letícia Milani
Sonoplastia: Marielle da Rosa Costa
Iluminação: Juarez Barazetti
Produção: Gabriel Zeni
Captação de Imagens: Marcelo Costa
Duração: 60 minutos
Classificação etária: + 12 anos