Eliane luta contra o câncer desde 2019 com muita fé, bom humor e esperança
No mês de Outubro a Rádio Solaris traz uma série de entrevistas com mulheres que lutam e lutaram contra o câncer de mama. Hoje trazemos a história de uma Ipeense que vive o significado da palavra resiliente todos os dias desde 2019.
Eliane Kovalski tinha 34 anos e havia recém-parado de amamentar sua filha quando começou a sentir algumas alterações em seu autoexame. Ela detectou um caroço em sua mama, sua pele começou a retrair e ela sentia dores em seu braço. Foi ao médico investigar e descobriu um câncer de mama.
“Foi bem difícil porque a gente nunca pensa na gente se pensa sempre no filho e descobrir foi assustador, mas depois tu começa e ver que tem tratamento que hoje em dia estão cada vez mais evoluídos.” Ela relata que seu diagnóstico foi muito rápido o que em sua concepção foi crucial para a rapidez e sucesso de seu tratamento. Kovalski havia travado sua primeira batalha vencida com sucesso.
“O câncer de mama que eu tive era hormonal então tudo que eu produzia o alimentava. E quando a doença voltou e o medicamento que eu tomava já não controlou foi necessária a retirada dos ovários para evitar a produção desses hormônios.”
Ela também passou pela quimioterapia, cirurgia de retirada do seio e colocação de prótese no mesmo procedimento e por fim a radioterapia e como nos exames não se constatava mais nada foi liberada para trabalhar novamente e ficou em acompanhamento tomando uma medicação via oral, mas após um tempo começou a sentir novamente dores nas costas que a impossibilitavam de se levantar sozinha. Aí a segunda batalha se iniciava.
Novamente foram feitos exames em que foi descoberto que o câncer de mama havia gerado metástases nos pulmões e ossos. Sua luta recomeçou. Retornou o tratamento com quimioterapia e na época uma campanha em prol de Eliane foi realizada para ajudá-la a comprar o medicamento que custava R$ 20 mil reais por mês. “Sou muito grata a APPECAI que sempre me ajudou. Quando dava aperto chegando os dias de comprar o remédio, antes de sair a decisão judicial, a Maria já me ligava e me perguntava: Como está? Vamos nos movimentar para te ajudar”.
Apesar do alto valor a medicação sempre era comprada com a ajuda de amigos, em campanhas e ações e assim foi por seis meses em que Eliane o tomou, porém ele não teve o efeito esperado pelos médicos. O remédio conseguiu regredir o tumor nos pulmões, mas não obteve sucesso nos ossos.
Atualmente Eliane faz uso de outra medicação já liberada pelo SUS e ela o recebe no Instituto do Câncer do Hospital Pompéia (Incan). O novo tratamento iniciou no dia 1º de outubro e Eliane explica que precisa tomá-lo por 14 dias, após segue uma semana sem a medicação para consulta e exames e depois prosseguem mais 14 dias em que deve novamente tomá-lo. Ela segue otimista e apesar do câncer ter expandido relata não sentir dores o que atribui a uma só explicação: Sua fé em Deus. “Fico triste porque espero que ele regrida, a gente sempre espera isso, mas o fato de eu não ter dor significa que o tratamento de alguma forma está funcionando.”
Kovalski também relata outro ponto crucial em seu tratamento: O apoio de sua família e amigos. “Minha família é tudo. Todos eles sempre deixavam de trabalhar para estar comigo. Quando tinha consulta meu marido sempre ia e se ele não podia alguns dos meus irmãos ia. Sempre teve alguém junto comigo. O apoio da família é muito importante como dos amigos também e eu só tenho gratidão”.
A luta da Ipeense continua e ela não perde as esperanças, nem sua fé. “Cada coisa ao seu tempo. Eu acho que não temos como apressar as coisas e eu tento não apressar, embora a gente seja humano e fique pensando: bah! Fazem três anos já, mas, por outro lado, fico feliz porque já fazem três anos! E muitas pessoas não possuem nem um ano e eu tô tendo a chance mais uma vez, então eu vou lutar e aproveitá-la,”.
Mesmo diante dos dias de dores e tristezas durante este longo tratamento a jovem mulher se mostra resiliente diante de seu diagnóstico.
“Me revoltei muito no início, mas hoje vejo que tudo que acontece conosco é para nos mostrar o que podemos aprender com isso. O câncer voltou, mas eu estou tendo a chance de tratá-lo. O pior de tudo é quando a gente desiste porque não adianta ter um remédio bom se a pessoa já não quer mais e não possui mais força para tomá-lo. E eu sempre digo enquanto tiver chance eu vou lutar. Enquanto tiver um tratamento novo eu vou tentar.”