Palestra discutiu excesso de informação, eleições de 2026 e a regulamentação das redes sociais no Brasil
A Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC Caxias) recebeu, nesta segunda-feira (11), o engenheiro civil, jornalista e escritor Roberto Motta para a tradicional RA (reunião-almoço) da entidade. Com o tema “A Era da Incompreensão – uma análise do cenário geopolítico e os caminhos para o Brasil”, a palestra trouxe reflexões sobre o excesso de informações na sociedade contemporânea, a polarização política e as perspectivas para o país.
Segundo Motta, o momento atual é marcado pela dificuldade de filtrar e compreender as informações que circulam. “Vivemos um período muito confuso, não só no Brasil, mas no mundo inteiro. É difícil diferenciar o que é importante do que não é tão relevante, e no Brasil isso se agrava pela dinâmica política”, afirmou.
O palestrante apresentou três cenários possíveis para as eleições presidenciais de 2026: a volta de Jair Bolsonaro (atualmente inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral em 2023), a eleição de um candidato da direita sem Bolsonaro na disputa ou a vitória de um candidato da esquerda. A partir dessas hipóteses, discutiu consequências e impactos sociais, políticos e econômicos para o país.
Motta também abordou as relações do Brasil com o governo de Donald Trump nos Estados Unidos, classificando as atuais tensões como a taxação de produtos brasileiros nos EUA como parte de uma estratégia de negociação política.
Roberto também destacou ainda o risco de regulamentações que restrinjam a atuação das mídias e o uso das redes sociais. “Hoje todo mundo tem opinião e pode divulgá-la. Isso incomoda muitos políticos”, disse, alertando que uma eventual aprovação de medidas no congresso poderia isolar o Brasil no cenário internacional.
O encontro, além do conteúdo debatido, marcou a celebração de três décadas da Hyva do Brasil, multinacional líder em soluções de transporte para as indústrias de serviços ambientais e veículos comerciais, presente em mais de 110 países e com 12 fábricas distribuídas pelo Brasil, China, Índia e Europa.