A máquina do relógio instalada em 1949 será restaurada e voltará a funcionar ainda neste ano
Depois de quase 73 anos ininterruptos em operação, foi desligada na segunda-feira (21), a máquina do relógio do campanário de Flores da Cunha. O equipamento, fabricado pela empresa Schwertner e Filhos LTDA, da cidade de Estrela (RS), foi instalado no campanário logo após a inauguração, que ocorreu em outubro de 1949.
O desligamento programado da máquina faz parte do projeto de restauração do prédio, que teve as obras iniciadas em 20 de maio. A partir de agora, o equipamento de mais de sete décadas passará por um processo de limpeza e manutenção para continuar na operação dos quatro relógios externos do campanário. O sistema de som que era utilizado para os avisos, também está momentaneamente desativado.
De acordo com o projeto, após a restauração, o equipamento deve ficar exposto no interior do prédio, no mesmo local onde foi instalado e permanecia até então. A máquina do relógio pendular, modelo 2B e número de série 0065, funciona a ‘corda’ e era ‘alimentada’ manualmente ao menos três vezes por semana.
A máquina e os quatro relógios foram fabricados por Bruno Schwertner (falecido em 1952), um dos maiores empresários do ramo na época e que chegou a entregar cerca de 220 equipamentos para igrejas e prédios públicos, principalmente da região sul e sudoeste do país. Atualmente Fábrica de Relógios Públicos já não opera mais.
De acordo com a gestora Cultural Cristina Seibert Schneider, responsável pela execução da obra, o relógio deve permanecer fora de operação até meados de novembro deste ano, quando os trabalhos devem ser finalizados e a restauração de todo o prédio será oficialmente entregue à comunidade.
Confira abaixo a galeria de imagens feita rela reportagem da Rádio Solaris FM 99.1, antes do início das obras do campanário e que mostra alguns detalhes do equipamento que operava os relógios.
SAIBA O QUE DEVE SER FEITO NAS OBRAS DO CAMPANÁRIO
O processo de restauro conta com correção das lesões do sistema construtivo em pedra, instalação de equipamentos contemporâneos para os sistemas elétricos e de iluminação, automação do relógio e do toque dos sinos, criação do sistema de proteção de descargas atmosféricas, nova cruz no topo e acessibilidade ao pavimento térreo, além de cobertura e tratamento do entorno imediato.
De acordo com Cristina Schneider, uma das responsáveis pelo projeto, as obras devem durar pelo menos até novembro. Porém – explica ela – fatores externos como o clima, por exemplo, podem atrasar o andamento das obras. Se o cronograma for concluído dentro do prazo previsto, a reinauguração do campanário pode acontecer ainda em novembro.
Outra modificação que vai acontecer, explica Cristina, é no uso do estacionamento da igreja, primeiramente porque as obras preveem a instalação de andaimes no entorno de todo o prédio e porque o espaço também deve ser revitalizado. Schneider afirma também que dentro de 45 a 60 dias após o início das obras, o relógio e o toque dos sinos serão desativados para as mudanças elétricas e de sistema.
O projeto também prevê uma exposição no térreo, duas oficinas de fotografia e a publicação do livro “A História de um Gigante”, com o objetivo de valorizar e fomentar ações de salvaguarda deste material que preserva a forte religiosidade da cultura da imigração italiana no sul do Brasil e patrimônio cultural de Flores da Cunha.