O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização foi superior a R$ 3,7 milhões
Nos últimos anos, a Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul (Codeca) apresentou prejuízos em suas finanças, algo que trouxe insegurança ao município e insatisfação à população. Entretanto, após oito anos, a empresa apresentou números satisfatórios, com o resultado líquido de R$ 862 mil em 2023, sob um saldo positivo no EBITDA (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 3,72 milhões.
O resultado líquido de 2023, além de positivo, traz a certeza de uma boa gestão em comparação aos últimos anos, isto porque, de 2017 a 2022, a Codeca apresentou um prejuízo de aproximadamente R$ 37,9 milhões. Em meio a esse tempo, o ano que apresentou o maior prejuízo foi em 2019, com R$ 14,1 milhões.
Em 2022, quando Maria de Lourdes Fagherazzi assumiu a presidência da companhia, a empresa ainda devia um valor aproximado de R$ 6 milhões. Contudo, com o trabalho da nova equipe, a Codeca passou a apresentar uma evolução. Mesmo terminando 2022 com um prejuízo de R$ 2,5 milhões, a diferença foi diminuída na comparação com 2021, ainda na antiga gestão, ano em que a companhia apresentou um resultado negativo de R$ 6,7 milhões.
De acordo com Maria de Lourdes, o principal problema para o prejuízo que até então vinha sendo apresentado era a defasagem nos contratos.
“Os contratos estavam sem ajuste praticamente desde 2016. O Brasil aumentou em tudo nesses anos – diesel e mão de obra – várias coisas, e os contratos estavam defasados. Isso foi o que culminou com os resultados sucessivamente negativos. Uma das nossas principais diretrizes estratégicas era rever esses contratos. Nós precisávamos reajustar os contratos financeiramente, ou seja, reajustá-los conforme os índices de inflação, índices de aumento da mão de obra, dos insumos, e também ajustar o escopo dos contratos, porque além deles estarem defasados financeiramente, o escopo do contrato não refletia o que de fato a empresa fazia, ou seja, a empresa estava fazendo mais serviços do que estavam determinados em alguns contratos“, explicou Maria.
Outra questão importe nesse resultado foi a Codeca ter assumido a operação das merendeiras e dos auxiliares de limpeza da rede municipal de ensino das escolas. Eram 83 escolas municipais que estavam enfrentando problemas com as empresas anteriores em relação à mão de obra.
“Essa foi uma junção de esforços que foi benéfica para a Codeca no sentido de aumentar a participação dela no mercado e, portanto, a sua margem, mas principalmente para o município que resolveu o problema de sucessivas empresas deixarem o município na mão por não cumprirem com as suas obras como obrigações de salário, de vale-transporte, de vale-alimentação, junto aos profissionais que prestavam esses serviços. Além disso, obviamente, o monitoramento e o controle dos custos operacionais é sempre uma pauta que para qualquer gestor.
Novos equipamentos
Segundo a diretora, um dos problemas que a empresa ainda enfrenta, e esse ano pretende resolver, são os altos custos operacionais com a infraestrutura, pois uma frota muito velha gera muita despesa de manutenção, portanto isso deverá resolvido por intermédio do financiamento de R$ 30 milhões junto ao Badesul, cuja lei 8.999 do município de novembro de 2023 autorizou que a prefeitura fosse avalista da Codeca para este empréstimo para aquisição de equipamentos.