O gato morreu após ser atacado pelo cão da dona; ainda assim, a Prefeitura fará uma ação de vacinação para garantir que outros animais não tenham sido contaminados
Após um gato de rua morder uma moradora da Zona Norte de Caxias do Sul, foi identificado que o mesmo estava com raiva, e agora a Prefeitura irá iniciar, a partir de segunda-feira (11), um bloqueio vacinal na região para impedir novas contaminações. O caso de raiva foi constatado porque uma mulher procurou uma Unidade Básica de Saúde (UBS), iniciando o tratamento com vacina antirrábica e soro antirrábico. O gato veio a óbito porque foi atacado pelo cão da mulher. Como ação preventiva, o cachorro foi vacinado nesta sexta-feira (8).
O bloqueio vacinal será feito a partir da próxima semana em 25 quarteirões dos bairros Vila Ipê e Cânyon, região onde o caso foi identificado. Se chover, o início da ação será remarcado. Serão vacinados todos os cães e gatos em um raio de 300 metros do local do foco, ou seja, o local onde foi constatado o caso de raiva. Esse trabalho será realizado por equipe da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), de forma gratuita.
A ação de bloqueio será gratuita e realizada somente nas áreas delimitadas, uma vez que o SUS fornece a vacina apenas para casos de bloqueio. Nesta sexta-feira (08/12), equipes da Vigilância Ambiental em Saúde visitaram a região das moradias onde haverá a vacinação, para informações e orientações. O trabalho de imunização deve durar cerca de 10 dias. Os vacinadores passarão de casa em casa para imunizar todos os animais, inclusive aqueles que já tomaram a vacina antirrábica anteriormente. A única exceção são os filhotes (menores de três meses).
“Nossas equipes a partir do dia 11 vão fazer essas visitas, passando de casa em casa, vacinando cães e gatos, por isso já pedimos a colaboração dos moradores para que auxiliem contendo seus animais, mantendo eles presos no pátio, nas suas coleiras e guias, mantendo os gatos dentro de casa, tudo isso para facilitar a aplicação da vacina antirrábica. O bloqueio vacinal tem a meta de fazer com que a população de cães e gatos dessa região fiquem protegidos contra a raiva e assim façam uma barreira de proteção para a saúde humana, pois a raiva pode ser transmitida pela saliva dos animais doentes, principalmente por agressões, mordeduras, arranhaduras e também lambeduras. Se a população animal está protegida, se aumenta a proteção para a população humana também”, destaca Rogério Poletto, diretor técnico da Vigilância Ambiental em Saúde.
A Secretaria Municipal da Saúde lembra que é obrigação dos proprietários manter a vacinação dos seus animais em dia. A vacina antirrábica preventiva deve ser providenciada pelo proprietário do animal na rede particular, sendo fornecida pelo SUS em casos de bloqueio como o que começa na segunda-feira.
A SMS também orienta que pessoas que sofrerem quaisquer mordeduras por cães e gatos devem sempre procurar um serviço de saúde. Após a mordedura é imprescindível limpar o ferimento com água corrente e sabão ou detergente. No caso de mordeduras leves, isso pode destruir as partículas virais e diminuir o risco de infecção.
Local onde haverá a ação de bloqueio: 25 quarteirões, que englobam parcialmente os bairros Vila Ipê e Cânyon.
Limites:
– a Leste por parte das ruas da Felicidade, da Esperança e Beco da Esperança, no bairro Cânyon.
– ao Norte pela Rua Adolfo Randozzo e Rodovia ERS-122, no bairro Cânyon.
– a Oeste por parte do Travessão Vitor Emanuel (até a Rua das Gaivotas), no bairro Vila Ipê.
– ao Sul por parte das ruas das Gaivotas, dos Pintassilgos e das Perdizes.
Moradores que tiverem dúvidas sobre os locais da ação de vacinação podem contatar a Vigilância Ambiental em Saúde pelo telefone 3901-2503, de segunda a sexta-feira.
Saiba mais:
O que é raiva?
É uma doença infecciosa aguda, que pode levar as vítimas a óbito. Pode atingir mamíferos silvestres e domésticos.
Transmissão
A transmissão do vírus ocorre principalmente pela mordedura de animais doentes, tanto para o homem quanto para outros animais. Animais domésticos ou silvestres podem servir de transmissores do vírus da raiva. No ambiente urbano, a principal fonte de infecção é o cão e o gato. No meio silvestre, a transmissão ocorre por animais de vida aérea e terrestre. Diversas espécies de morcego, raposa, coiote, chacal, gato do mato, jaritacaca, guaxinim, mangusto e macacos mantêm o ciclo da doença. Em ambiente rural, a raiva afeta animais de produção, como bovinos, equinos e outros. Os morcegos, que se alimentam de sangue, são os principais transmissores.
Sinais e sintomas
Em humanos:
Os sintomas iniciais incluem mal-estar geral, pequeno aumento de temperatura, anorexia, dor de cabeça, náuseas, dor de garganta, fraqueza, irritabilidade, inquietude e sensação de angústia; A infecção progride, surgindo manifestações de ansiedade, febre, delírios, espasmos musculares involuntários generalizados e/ou convulsões.
Em cães e gatos:
Mudança de comportamento (agressividade); dificuldade para engolir água e alimentos; salivação abundante; paralisia das patas traseiras.
Em morcegos:
Desorientação, com voos durante o dia; paralisia das asas.
OBS: se encontrar um morcego, não toque nele. Se for necessário isolá-lo, utilize um pote, balde ou caixa de papelão. Faça contato com a Vigilância Ambiental para as devidas providências.