Operação “Fake Agents III” apura desvio de mais de R$ 7 milhões de contas vinculadas a jogadores e técnicos de futebol; três funcionários da Caixa são alvo de busca
A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (13), a terceira fase da Operação Fake Agents, que investiga um esquema de fraudes milionárias em contas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) pertencentes a jogadores de futebol, ex-jogadores e treinadores. Entre as vítimas, está o técnico Luiz Felipe Scolari, o Felipão, um dos nomes mais consagrados da história do futebol brasileiro.
Segundo a PF, o grupo criminoso desviou mais de R$ 7 milhões de contas vinculadas a atletas e profissionais do esporte, por meio de documentos falsos e saques irregulares realizados em agências da Caixa Econômica Federal, no Rio de Janeiro.
Além de Felipão, aparecem na lista de vítimas o atacante Gabriel Jesus, o ex-técnico Oswaldo de Oliveira, e ex-jogadores como Paulo Roberto Falcão, Ramires, Titi, Raniel, Obina, e estrangeiros que atuaram no Brasil, como Paolo Guerrero, Christian Cueva, João Rojas e Alejandro Donatti.
Nesta fase da operação, os agentes da PF cumpriram quatro mandados de busca e apreensão na capital fluminense — três em residências de funcionários da Caixa, nos bairros da Tijuca, Ramos e Deodoro, e um na agência do banco no Centro do Rio.
As investigações começaram após o caso do jogador Paolo Guerrero, que teve cerca de R$ 2,2 milhões desviados de sua conta do FGTS. A apuração levou à identificação de uma advogada, apontada como coordenadora do esquema, que teria usado contatos dentro da Caixa para liberar indevidamente os valores. Ela teve a carteira da OAB suspensa.
Com o avanço das diligências, a PF descobriu o envolvimento de servidores da Caixa, que facilitavam os saques fraudulentos em diferentes agências.
A operação é conduzida pela Unidade de Investigações Sensíveis (UIS) da Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários (Delefaz), com apoio da área de inteligência e segurança da Caixa.
Os investigados podem responder por falsificação de documento público, estelionato e associação criminosa, entre outros crimes que possam ser identificados com o prosseguimento das investigações.