Renato Lahm Braga, de 47 anos, possuía vasta experiência em caça
Renato Lahm Braga, de 47 anos, morreu entre a noite de sexta (24) e a madrugada deste sábado (25) após cair de uma árvore no interior de Vacaria. Ele era natural de Caxias do Sul e tinha longa experiência na caça de pragas, mas na última noite acabou caindo de uma altura de 12 metros durante uma caçada a javalis. Os bombeiros encontraram o corpo em uma área de mata num terreno montanhoso.
O velório de Renato Lahm Braga inicia às 19h deste sábado (25) na capela A do Memorial São José, em Caxias. O sepultamento esta marcado para as 14h de domingo (26), no Cemitério São Luiz da Sexta Légua.
SOBRE O ACIDENTE
De acordo com o Corpo de Bombeiros Militar de Vacaria, Braga estava na espera por javalis, quando sofreu a queda de aproximadamente 12 metros de altura, em um local íngreme (área montanhosa). A estratégia de subir em árvores é comum entre os caçadores de javalis e outros porcos selvagens, para melhorar a visibilidade e aumentar as chances de acertar o alvo. Após as buscas, a equipe dos bombeiros de Vacaria localizou o homem já em óbito, em área de difícil acesso e vegetação densa.
A Polícia Civil e os bombeiros foram acionados, por outras pessoas que estavam na caça, por volta de 1h. O Instituto-Geral de Perícias também foi ao local averiguar as circunstâncias do acidente.
SOBRE A CAÇA DE JAVALIS NO BRASIL
A caça de javalis e porcos selvagens é permitida no Brasil, especialmente em áreas rurais onde esses animais são considerados uma praga, por provocar destruição e prejuízo para produtores rurais e pecuaristas. Entretanto, é necessário obter autorização do Ibama. Para obter uma licença de caça, o interessado deve primeiro se cadastrar no CTF/APP do Ibama, obter o Certificado de Regularidade e a Autorização de Controle do SIMAF, que permite o manejo de espécies invasoras como o javali. Além disso, é necessário adquirir a Autorização de Acesso à Propriedade, assinada pelo proprietário da terra onde ocorrerá a caça. Esses documentos juntos compõem a licença necessária para a caça legalizada de javalis no Brasil.
No Brasil, o javali não encontra predador natural. Nem mesmo a onça-pintada ousa enfrentar esse bicho, dado o tamanho e a agressividade dos javalis adultos. A exceção pode se dar para animais muito jovens ou doentes. A ausência de predadores naturais, combinada com sua alta taxa de reprodução e adaptabilidade, torna os javalis uma espécie invasora altamente problemática. Isso explica a crescente preocupação com a manutenção da caça, como forma de mitigar o impacto ambiental e econômico causado por esses animais.