Três pessoas morreram e outros três casos de intoxicação foram confirmados no estado; dez seguem em análise
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, anunciou nesta terça-feira (30) que a Polícia Federal abriu uma investigação para rastrear a origem do metanol usado na adulteração de bebidas alcoólicas em São Paulo. Segundo ele, a suspeita é de que a rede de distribuição da substância atue também em outros estados.
Até agora, seis casos de intoxicação foram confirmados, incluindo três mortes. Outros dez seguem em investigação. O metanol é altamente tóxico e pode provocar cegueira, sequelas graves ou morte.
Lewandowski afirmou que o número “elevado e inusitado” de ocorrências chamou a atenção porque foge do padrão comum, já que as intoxicações geralmente envolvem pessoas em situações de vulnerabilidade social. O ministro Alexandre Padilha, da Saúde, destacou que o país costuma registrar cerca de 20 casos de intoxicação por ano, mas quase metade desse total já foi notificada em setembro, apenas em São Paulo.
O governo emitiu um alerta rápido para monitorar casos suspeitos em todo o país e a Secretaria Nacional do Consumidor orientou estabelecimentos a redobrarem a atenção com possíveis bebidas adulteradas. O Ministério da Saúde deve publicar uma nota técnica para orientar profissionais sobre sintomas e procedimentos em casos suspeitos.
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou que não descarta a participação do crime organizado na adulteração, hipótese que contrasta com a posição do secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite (PL).