CEO da FIERGS também demonstrou interesse em repassar o Ginásio do SESI para a prefeitura de Caxias do Sul
Na reunião-almoço (RA) desta segunda-feira (10) da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC Caxias), o CEO da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), Paulo Herrmann, abordou temas essenciais para o desenvolvimento industrial da região e do estado. Antes de participar da gestão da FIERGS, Herrmann foi presidente da John Deere no Brasil por 22 anos.
Herrmann ressaltou que a elevação da competitividade passa, primeiramente, pela qualificação da mão de obra. Para isso, o SENAI, que já possui uma estrutura significativa no estado, deve ampliar sua oferta de cursos e recursos. “Temos que trazer os jovens para dentro da indústria, abrir as portas, mostrar que tem possibilidade de crescimento profissional”, afirmou. Além disso, ele mencionou a busca por linhas de crédito para investimentos em equipamentos e modernização da indústria, considerando as especificidades de cada setor.
A evasão de talentos do Rio Grande do Sul foi outra preocupação destacada. Segundo Herrmann, o estado perdeu aproximadamente 700 mil profissionais qualificados nos últimos 20 anos. Para conter essa fuga, ele defendeu a criação de um ambiente mais atrativo para os jovens, incentivando sua permanência na indústria por meio de novas oportunidades de crescimento e capacitação. Nesse sentido, a FIERGS está implementando 11 escolas de referência, com metodologia inovadora e ensino em tempo integral.
Durante o encontro, também foi discutida a possibilidade de transferência do ginásio do SESI em Caxias do Sul para a prefeitura, visto que o imóvel não se enquadra mais nas diretrizes atuais da federação. A iniciativa, ainda em fase inicial, dependeria de trâmites junto à Confederação Nacional da Indústria (CNI) e órgãos competentes. “É um ginásio que, se a prefeitura quiser, nós podemos discutir a transferência dele para o município. Vamos conversar”, pontuou.
Sobre a reestruturação da entidade, Herrmann apresentou os quatro grandes pilares que guiam a atual gestão: competitividade, inovação, retenção de talentos e infraestrutura. Ele enfatizou que a indústria gaúcha enfrenta um período crítico, especialmente após as recentes enchentes, que impactaram diretamente 85% das indústrias do estado. “Nosso estado tem que entender que nós paramos no tempo e precisamos recuperar”, destacou.