Presidente dos EUA sinaliza aproximação, mas volta a criticar tarifas brasileiras
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (23) que pretende se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na próxima semana. A declaração foi feita após a participação de ambos na abertura da 80ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York.
Trump contou que encontrou Lula de forma breve antes de seu discurso e destacou ter tido uma “química excelente” com o chefe de Estado brasileiro. “Ele parece ser um homem muito agradável. Eu gosto dele e ele gosta de mim. Tivemos ali 20 ou 30 segundos de conversa, mas foi um bom sinal”, disse o norte-americano.
Apesar do tom conciliador, Trump voltou a criticar a política comercial brasileira. Segundo ele, o Brasil teria aplicado tarifas “imensas e injustas” contra produtos dos Estados Unidos, o que teria motivado a imposição de taxas de 50% sobre mercadorias brasileiras. “Como presidente, defendo a soberania e os direitos dos cidadãos americanos. Fiz isso porque governos anteriores permitiram que outros países tirassem vantagens por décadas”, afirmou.
O presidente norte-americano também acusou o Brasil de interferir em liberdades individuais “com censura e uso do sistema judicial como arma”. Ainda assim, acenou com a possibilidade de cooperação: “O Brasil pode se dar bem se trabalhar conosco. Sem os Estados Unidos, eles vão falhar como outros já falharam”.
Desde julho, a administração Trump vem ampliando tarifas contra produtos brasileiros e aumentando a pressão sobre decisões do Judiciário. O governo brasileiro, por sua vez, respondeu afirmando que os Estados Unidos acumularam um superávit de mais de US$ 400 bilhões no comércio bilateral nos últimos 15 anos, o que, na avaliação de Brasília, não justificaria a escalada das taxas.
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