Medida afeta exportações e aumenta tensão entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos
A partir desta quarta-feira (6), produtos brasileiros vendidos para os Estados Unidos passam a pagar uma tarifa extra de 50%. A decisão foi tomada pelo presidente americano Donald Trump, que alegou que o Brasil estaria prejudicando a segurança e os interesses dos EUA.
Trump também criticou o governo brasileiro por investigar o ex-presidente Jair Bolsonaro, que é seu aliado político. Segundo ele, Bolsonaro está sendo vítima de uma “perseguição” e isso justifica a punição.
Mesmo com o chamado “tarifaço”, quase metade dos produtos exportados para os Estados Unidos não será afetada. Estão fora da tarifa itens como aviões, suco de laranja, ferro, aço e combustíveis. Por outro lado, setores como o químico, o têxtil e o de alimentos devem sentir mais os efeitos da medida.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu com firmeza. Ele disse que o Brasil não vai aceitar esse tipo de pressão e que irá procurar a Organização Mundial do Comércio (OMC) para contestar a decisão dos EUA. Lula também afirmou que não pretende conversar com Trump sobre o assunto e vai buscar acordos com outros países, como a Índia.
Especialistas acreditam que o impacto econômico para o Brasil será limitado no curto prazo, já que os Estados Unidos não são mais o principal destino das exportações brasileiras. A China, por exemplo, compra mais do que o dobro do que os americanos. Ainda assim, a decisão de Trump piora a relação entre os dois países e pode gerar novas disputas comerciais e políticas nos próximos meses.