Comércio registrou retração no mês; no acumulado de 2025, saldo geral é de apenas 0,5% de alta
A economia de Caxias do Sul apresentou crescimento de 3,2% em julho em relação a junho, segundo dados divulgados nesta terça-feira (9) pela CIC Caxias e CDL Caxias. O resultado foi impulsionado pela indústria, que avançou 5,3%, e pelos serviços, que cresceram 2,1%. O comércio, no entanto, recuou 1,2% no período.
Na comparação com julho de 2024, a alta foi de 0,2%, com destaque para os serviços, que subiram 9,5%, e o comércio, com aumento de 2,1%. Já a indústria caiu 5,5%.
No acumulado do ano, entre janeiro e julho, os serviços registraram crescimento de 8% e o comércio 2,3%. A indústria recuou 4,2%, resultando em leve avanço geral de 0,5%. Já no acumulado de 12 meses, a economia caxiense cresceu 2,8%, com serviços em alta de 9,8%, comércio de 1,1% e indústria em retração de 0,5%. Apesar do saldo positivo, o ritmo perdeu fôlego diante das incertezas macroeconômicas.
O vice-presidente de Indústria da CIC Caxias, Ruben Bisi, destacou que o setor enfrenta barreiras adicionais, como juros elevados e custos dolarizados. Segundo ele, a indústria de bens de capital depende de investimentos de longo prazo, dificultados pelo cenário atual.
Mercado de trabalho
O estoque de empregos formais fechou julho em 172.926 vagas em Caxias do Sul. Foram 8.325 admissões e 8.420 desligamentos, com saldo negativo de 95 postos. A indústria perdeu 221 empregos. Serviços (+62), construção civil (+42), comércio (+11) e agricultura (+11) apresentaram saldo positivo.
Comércio exterior
O diretor de Economia da CIC Caxias, Tarciano Mélo Cardoso, reforçou que a indústria de maior valor agregado sofre mais com a instabilidade. “A economia está fragilizada. O estímulo ao consumo pressiona a inflação, e o instrumento de contenção são os juros. Isso impacta diretamente a indústria pesada, que depende de crédito de longo prazo. Além disso, as perdas do agro no Rio Grande do Sul atingem fortemente a cadeia produtiva”, avaliou.
As exportações cresceram 7,5% em julho em relação a junho, enquanto as importações subiram 0,9%. O saldo da balança comercial aumentou 20,3% no mês e 5,9% frente a julho de 2024. No acumulado de 12 meses, a alta foi de 35,1%.
Materiais de transporte seguem como principais produtos exportados, representando 48% do total. A Argentina retomou a liderança como destino, com 25% das compras. Nas importações, máquinas e aparelhos somaram 52%, com a China respondendo por 45%.