Vídeo enviado de forma anônima ao Ministério Público motivou reabertura do inquérito
A Polícia Civil solicitou a prisão preventiva do policial militar que aparece efetuando os disparos que mataram Geovane Matias Maciel, de 19 anos, em Bom Jesus. A morte ocorreu em 4 de março deste ano e, inicialmente, foi registrada como resultado de resistência à prisão.
No entanto, um novo vídeo entregue de forma anônima ao Ministério Público, no último dia 23 de junho, mostra que Geovane estava algemado no momento em que foi atingido por dois tiros. A gravação levou à reabertura das investigações, agora conduzidas pela Delegacia de Polícia de Vacaria, sob responsabilidade do delegado Anderson Silveira de Lima.
O inquérito anterior, baseado em depoimentos de quatro policiais militares e de uma testemunha, indicava que a vítima teria investido contra os agentes com uma faca. Com a nova evidência em vídeo, o caso passou a ser tratado como possível homicídio doloso praticado por agente do Estado.
Além do pedido de prisão preventiva do policial autor dos disparos, o inquérito foi reforçado. As armas utilizadas e os projéteis extraídos na necropsia estão sendo analisados pelo Departamento de Criminalística.
Os quatro policiais envolvidos, todos lotados na Organização Policial Militar (OPM) de Bom Jesus, foram afastados de suas funções pelo Comando Regional.
Geovane Matias Maciel tinha mandado de prisão preventiva por violência doméstica e era suspeito de crimes como incêndio, furto de motocicleta e invasão de propriedade rural. Ainda durante a adolescência, foi investigado por diversos atos infracionais, incluindo o latrocínio de um morador do 2º Distrito de Bom Jesus.
O novo inquérito deve ser concluído em até 30 dias e remetido à Justiça.