Ricardo Jardim foi indiciado por feminicídio, ocultação de cadáver e falsificação de documentos. Polícia ainda busca a cabeça da vítima
A Polícia Civil concluiu, nesta sexta-feira (31), o inquérito sobre a morte de Brasília Costa, encontrada esquartejada e com parte do corpo dentro de uma mala na rodoviária de Porto Alegre. O publicitário Ricardo Jardim, ex-companheiro da vítima, foi indiciado por feminicídio, ocultação de cadáver e falsificação de documentos.
Segundo o delegado Mário Souza, diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), as investigações apontaram que Jardim agiu sozinho. O delegado afirmou que o suspeito pode pegar quase 100 anos de prisão. “O caso está encerrado. Entendemos que ele agiu sozinho. São quase 100 anos de indiciamentos”, declarou Souza.
Apesar da conclusão do inquérito, a cabeça da vítima ainda não foi encontrada. As buscas continuam, informou o delegado. “O fato dela ter sido morta é o determinante para a investigação, independente da forma como o assassinato ocorreu. Infelizmente não encontramos a cabeça, mas seguimos procurando”, afirmou Souza.
A Defensoria Pública segue representando Ricardo Jardim, que permanece preso e, segundo o órgão, só se manifestará nos autos do processo.
De acordo com as investigações, o assassinato ocorreu entre os dias 8 e 9 de agosto. Nesse período, Jardim comprou luvas, lona e uma serra. No dia 14 de agosto, ele adquiriu a mala usada para transportar o corpo, que foi deixada seis dias depois, em 20 de agosto, no guarda-volumes da rodoviária da Capital.
Com a lona, o suspeito teria forrado o chão do quarto onde o crime ocorreu, na tentativa de abafar ruídos durante o esquartejamento.
Quatro dias após o homicídio, em 13 de agosto, os braços da vítima foram encontrados dentro de um saco de lixo no bairro Santo Antônio, na zona Leste da cidade. Em 20 de agosto, a mala com o tronco foi deixada na rodoviária, registrada em nome de uma pessoa inocente, funcionária de um escritório de contabilidade em Canoas.
Já as pernas de Brasília Costa foram localizadas entre 6 e 7 de setembro, na zona Sul de Porto Alegre — uma delas na orla do bairro Ipanema, e outra nas margens do Guaíba, próximo à Avenida Edvaldo Pereira Paiva.
Durante as investigações, Jardim teria dito informalmente aos policiais que jogou a cabeça da vítima em um contêiner de lixo orgânico, nas proximidades do Gasômetro. Os agentes temem que o material tenha sido recolhido por um caminhão de coleta e triturado junto aos resíduos, cujo destino final seria o aterro sanitário de Minas do Leão, na Região Carbonífera.