Ação que envolveu cerca de 400 agentes foi desencadeada em Bento Gonçalves e outros quatro municípios da região
A Operação Contas Abertas, desencadeada nesta sexta-feira (14), pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público (GAECO/MPRS) contabilizou a prisão de 26 pessoas, além de 25 veículos e cinco imóveis apreendidos judicialmente e do bloqueio de 274 contas bancárias. Cerca de 400 agentes cumpriram as ordens judiciais, incluindo cerca de 50 mandados de busca, em Bento Gonçalves, Carlos Barbosa, São Valentim do Sul, Guaporé e Barros Cassal, além de outros em Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul.
O objetivo é combater a lavagem de dinheiro, tráfico de armas e drogas de uma organização criminosa gaúcha que tem ramificações em várias cidades e também em outros Estados, bem como atacar as finanças dos investigados. Também ocorreu uma revista geral na Penitenciária Estadual de Bento e cumprimento de mandado judicial na Penitenciária Federal de Campo Grande, onde se encontra o líder do esquema criminoso. Os demais envolvidos, como por exemplo a companheira deste preso que cumpre pena fora do Estado, traficantes, responsáveis pela contabilidade, lavagem de capitais, entre outros delitos, foram presos. Os suspeitos, além de comprar imóveis e carros, adquiriram até uma cabanha.
O coordenador do GAECO no Estado, promotor de Justiça André Dal Molin, disse que a maioria das ações – ao todo, eram 50 alvos – foi em Bento Gonçalves, onde era a base da organização criminosa. “Essa operação é importante porque ela estabelece as metas do GAECO e uma delas, a principal, é o combate aos crimes praticados por organizações criminosas. Também quero destacar que essa investigação do MPRS também obteve êxito em razão da importante parceria estabelecida com a Brigada Militar, a SUSEPE e a Polícia Civil”, destacou André Dal Molin.
O coordenador do 5° Núcleo do GAECO-Serra – e responsável pela investigação, promotor de Justiça Manoel Antunes, ressaltou que a facção controlava um esquema de tráfico, inclusive dentro de casas prisionais, realizando até “rifas” entre apenados, além de negociar em várias cidades armamento como granadas e fuzis. “A operação, sobretudo, coíbe as ações deste grupo que é uma das organizações criminosas mais ativas e violentas na Serra, assim como em todo o Estado. Esta é uma ação para evitar que o crime afete ainda mais pessoas carentes de bairros humildes e que visa ainda identificar e apreender o patrimônio ilícito destes criminosos para que possa ser revertido em prol da sociedade, inclusive para auxiliar na reconstrução do Estado”, ressaltou Manoel Antunes.
DEMAIS APREENSÕES
Durante o cumprimento de ordens judiciais e a revista na penitenciária, foram apreendidos celulares, drogas, estoques, armas, munição, além de dinheiro e carregadores de celular, bem como anotações relativas ao tráfico de drogas e demais documentos. Os materiais, que serão usados como provas, estão sendo contabilizados. A Operação Contas Abertas contou com o apoio da Polícia Civil, Brigada Militar e dos Grupos de Atuação Especial da Polícia Penal e de Intervenção Rápida da Superintendência dos Serviços Penitenciários (SUSEPE).
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