Denúncia vai ser votada nesta terça-feira (23) e envolve episódio na UPA Central em setembro
A Câmara Municipal de Caxias do Sul vai votar, na sessão desta terça-feira (23), a admissibilidade de dois pedidos de cassação contra os vereadores Hiago Morandi e Daiane Mello, ambos filiados no Partido Liberal (PL).
As denúncias foram protocoladas por dois médicos, que solicitam a abertura de processo por abuso de autoridade e quebra de decoro parlamentar.
RELEMBRE O CASO: Vereadores encontram médicos descansando em quarto trancado durante plantão na UPA Central de Caxias
Os pedidos citam como motivação uma fiscalização realizada pelos parlamentares durante o plantão noturno, entre os dias 3 e 4 de setembro, na UPA Central. O episódio teria ocorrido no quarto destinado ao descanso médico.
O encaminhamento dos documentos vai ser analisado individualmente em plenário.
Em contato com a vereadora Daiane Melo, a parlamentar relatou que está ciente do pedido impeachment, mas que irá continuar fiscalizando e trabalhando em prol da população.
“Vamos seguir trabalhando. A gente teve a informação que foi protocolado na Câmara um pedido de impeachment pelas fiscalizações que a gente fez na área da saúde, mas a gente vai seguir trabalhando. O vídeo está no ar, as notícias estão vinculadas sobre isso. A gente encaminhou para o Ministério Público e para a Prefeitura as denúncias de irregularidades que a gente verificou nas fiscalizações e a gente vai continuar trabalhando, continuar escutando as pessoas, continuar fiscalizando, porque acreditamos que esse é o nosso papel enquanto vereadora da nossa cidade. E vamos verificar os próximos passos. O pedido está tramitando aqui na Câmara, e a gente vai seguir trabalhando, porque a gente é pago pela população para trabalhar em prol da população“.
A equipe de jornalismo da Solaris também entrou em contato com o vereador Hiago Morandi. O mesmo destacou que a fiscalização na UPA ocorreu de forma legal.
“A fiscalização foi feita de total forma legal dentro da lei, que o artigo 31 nos dá essa atribuição, e também dizer que toda a fiscalização foi acompanhada por uma pessoa do Instituto IDEAS, que é quem administra as UPAs. Em nenhum momento alguém nos parou ou falou que estava errado alguma coisa no momento. E também lá verificamos, sim, que mais adiante, em uma reunião, inclusive do responsável pelo IDEAS, nos mostrou que realmente tinham pessoas aguardando mais de cinco horas, que não é o ideal, não é o certo, não é o correto. Um monte de ilegalidades que vimos lá. A gente vai continuar fazendo esse papel de fiscalizar. A Secretaria de Saúde publicou uma nota, onde eles não dizem que estava tudo certo e nossa fiscalização foi de forma errada, no qual não acho estranho nem um pouco, porque ninguém gosta de ser fiscalizado. Então, a última coisa que eu esperava era a Secretaria de Saúde concordar com nós. A gente vai continuar fazendo o nosso trabalho e vamos para mais um pedido de cassação, infelizmente. Mas a população de bem está do nosso lado e a gente tem recebido apenas feedback positivo da população“.