Saídas de José Olavo Bisol, D’Alessandro e André Mazzuco sinalizam o início de uma reformulação profunda no setor após um ano marcado pela instabilidade
O Inter viveu uma terça-feira de forte movimentação nos bastidores. Em um intervalo de duas horas, o clube anunciou três saídas na cúpula do departamento de futebol: o vice-presidente José Olavo Bisol, o diretor esportivo Andrés D’Alessandro e o executivo André Mazzuco. As mudanças, que atingem o núcleo decisório do futebol colorado, sinalizam o início de uma reformulação profunda no setor após um ano marcado pela instabilidade.
As decisões ocorrem na esteira de uma temporada turbulenta, em que o time lutou contra o rebaixamento até os minutos finais do Brasileirão. A má campanha fez com que Bisol, Mazzuco e D’Alessandro se tornassem alvos recorrentes de críticas da torcida, ao lado do presidente Alessandro Barcellos.
As três saídas
A primeira baixa confirmada foi a de José Olavo Bisol, que comunicou sua decisão em publicação nas redes sociais. O dirigente afirmou que a saída ocorreu “após profunda reflexão” e reconheceu sua responsabilidade pelos resultados abaixo do esperado em 2025. Bisol foi uma das figuras mais expostas durante a crise e concedeu diversas entrevistas em meio à pressão crescente.
Na sequência, o clube comunicou a demissão de André Mazzuco, contratado em agosto de 2024 e protagonista da reestruturação que prometia maior profissionalização do departamento — mas que não conseguiu entregar resultados. Mazzuco deixa o cargo após pouco mais de um ano na função.
Por fim, também foi oficializada a saída de Andrés D’Alessandro, que deixará o cargo de diretor esportivo por razões pessoais. O ex-meia, ídolo histórico do clube, havia retornado ao Beira-Rio para compor a gestão do futebol, mas não resistiu ao cenário de instabilidade.
Relação com Abel Braga e próximo passo
Tanto Mazzuco quanto D’Alessandro eram nomes de confiança de Abel Braga, que reassumiu o Inter na reta final do Brasileirão para evitar o rebaixamento. No último domingo, Abel disse publicamente que gostaria de trabalhar novamente com D’Alessandro. O técnico, no entanto, já afirmou que não seguirá na área técnica em 2026, embora possa permanecer no clube em outra função.
Com as saídas, o presidente Alessandro Barcellos terá de redesenhar completamente o organograma do departamento de futebol, ao mesmo tempo em que busca encaminhar o futuro de Abel no clube.
Busca por treinador para 2026
Enquanto reorganiza a cúpula, o Inter precisa definir rapidamente o técnico para a próxima temporada. Odair Hellmann é um nome bem avaliado internamente e conta com respaldo político, mas sua situação contratual com o Athletico-PR dificulta qualquer avanço no momento.
O cenário indica que o Inter deve entrar em 2026 com uma estrutura profundamente remodelada, refletindo a necessidade de reação depois de um dos anos esportivos mais instáveis de sua história recente.