Rodrigo Souza Costa palestrou na CIC Caxias e pediu união entre esquerda e direita, entre trabalhadores e empregadores
O presidente da Federasul, Rodrigo Souza Costa, defendeu a mobilização da sociedade como condição para romper o ciclo de retrocessos que o Brasil vem enfrentando. Em palestra na RA (reunião-almoço) da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC Caxias) nesta segunda-feira (19), ele alertou que o maior desafio do País não está apenas nas decisões políticas, mas na capacidade de engajar a opinião pública e na falta de comunicação que mobilize a sociedade. “A economia se molda por confiança, mas a política se movimenta pela opinião pública. E é isso que a gente faz na Federasul. A gente tem 202 filiadas, com mais ou menos 84.700 associados nessas filiadas. A gente tem um dever que é mobilizar a opinião pública, porque senão vamos seguir eternamente nesse ciclo”, afirmou.
Segundo Costa, sem esclarecer em linguagem acessível como decisões políticas afetam o dia a dia das pessoas, o País seguirá prisioneiro de um ciclo de retrocessos. Ele citou o exemplo do aumento de impostos, do estímulo ao ócio através de políticas mal desenhadas e do endividamento da população com crédito consignado a juros abusivos. “O governo que se diz um governo de trabalhadores cria escravidão pelas dívidas a juros de 6, 7, 10% ao mês”, criticou.
Costa também destacou que a divisão da sociedade em campos opostos enfraquece a classe produtiva. “A estratégia mais antiga do mundo é dividir para conquistar. Divide entre sul e norte, divide entre esquerda e direita, entre trabalhadores e empregadores. Mas, se eu estou cheio de vagas abertas nas nossas empresas, o meu adversário não é quem está trabalhando. O meu adversário é quem não quer trabalhar”, afirmou.
Ao apresentar as prioridades da Federasul para 2025 e 2026, Costa destacou temas como os riscos ao trabalho e à renda, a necessidade de avançar em infraestrutura logística com projetos como a ferrovia multimodal, o Bloco 2 da BR-290 e o Aeroporto de Vila Oliva, além da criação de um fundo constitucional para infraestrutura. O plano também aborda pautas estruturantes nas áreas de segurança alimentar, segurança energética, saúde, macroeconomia, integração social, mineração, comércio exterior, educação, segurança jurídica e o fortalecimento das vocações econômicas do Rio Grande do Sul.
O presidente da CIC Caxias, Celestino Oscar Loro, por sua vez, ressaltou o alinhamento da entidade com a pauta da Federasul. Para Loro, o associativismo precisa estar a serviço da sociedade e do desenvolvimento. “O associativismo é justamente isso: a capacidade de transformar e entender que desafios coletivos exigem soluções coletivas”, afirmou.
Ao final, Costa entregou o Manifesto Empreendedor Gaúcho, que reúne a visão da Federasul para o desenvolvimento do estado até 2035. “Não tem cabimento o estado com a riqueza do Rio Grande do Sul viver na pobreza. E a gente tem que se comunicar com os trabalhadores, com as pessoas comuns, para que entendam o que está em jogo”, finalizou.