Felipe Bebber destaca que o cultivo das tradições sempre fez parte dos valores de sua família
Maragato, Chimango, Bah e Guri são palavras íntimas de todo o gaúcho e, por isso, foram escolhidas para estampar os rótulos dos vinhos lançados pela Vinícola Família Bebber, em Flores da Cunha, com o propósito de homenagear a cultura gaúcha. E não apenas os nomes são alusivos à cultura riograndense, como as ilustrações que os acompanham, trazendo o simbolismo do gaúcho através de caricaturas bem-humoradas, detalhes em couro e outras singularidades.
Para o sócio e enólogo responsável pela elaboração dos rótulos, Felipe Bebber, esta homenagem foi algo natural, porque é um reflexo dos valores inatos de sua própria família e, por consequência, da empresa. “A gente homenageia duas expressões gaúchas e um ícone da cultura gaúcha com vinhos distintos, cada um tentando entregar e representar ao máximo o que essa cultura representa para todos nós”, declara.
A história da vinícola
A paixão pelo vinho herdada dos avós viticultores despertou o interesse de Felipe Bebber em se especializar no segmento. Desde 2017, junto do pai Valter e do irmão Rafael surgiu a Vinícola Família Bebber.
Felipe recorda que tudo começou quando ele tinha 10 anos de idade. “Eu era muito curioso e desafiei meu pai a produzir um vinho”, relembra. Valter Bebber, que já tinha experiência na produção e elaboração da bebida, levou o desafio a sério e, no porão do sogro, começou a “brincadeira”. Este foi o pontapé inicial para o surgimento da vinícola da família, hoje situada no Travessão Alfredo Chaves.
Atendendo ao público local e a turistas de todo o Brasil, a Família Bebber oferece de três a quatro degustações por dia. A vinícola conta com espaço de ‘wine bar’ com áreas interna e externa, oferecendo conforto e uma experiência gastronômica única. Ganhadora de muitos prêmios nos últimos anos, foi eleita pela Grande Prova de Vinhos do Brasil a Vinícola Revelação de 2016 e o melhor Tannat de 2017.
Maragato, Chimango, Bah e Guri: Entenda a história por trás dos rótulos
O primeiro rótulo foi lançado em 2019, motivado pela experiência do consumidor ao conhecer o vinho. “Essa história começou com o ‘Bah’, que chama muito a atenção pela intensidade aromática. É um corte bem inusitado, com 93% de Tannat, 7% de Touriga Nacional. Todos que degustavam tinham essa reação ‘bah, que aroma’, ‘bah, que vinho’. Então, nada mais justo do que registrar esse nome”, conta Felipe Bebber, Enólogo e Sócio da vinícola.
Frente a aprovação dos consumidores, a “família” dos vinhos só aumentou, integrando posteriormente o tinto Maragato e o branco Chimango, fazendo referência aos grupos adversários da Revolução de 1923, que se distinguiam pela cor do lenço, vermelho ou branco, no pescoço. “A gente, de alguma maneira, queria homenagear a cultura gaúcha de uma forma mais ampla, tentando mostrar um pouquinho da identidade, da expressão de cada terroir em um único vinho. Aqui a gente vai da Serra até a Campanha Gaúcha, passando por Serra do Sudeste, com castas cultivadas nos mais distintos terroirs aqui do Rio Grande do Sul”, explica.
O mais novo lançamento da linha de vinhos que homenageiam o Rio Grande é, como não poderia ser diferente, o Guri. Elaborado na safra 2020, o rótulo chegou ao mercado em 2021. Mas o seu nome não se justifica apenas por ser o mais novo ao entrar para a “família”, mas sim por conta de sua elaboração e especificidades. “É um vinho 100% Pinot Noir, de caráter mais jovem. Estagia apenas 6 meses em barrica de carvalho, tendo toda essa leveza, elegância, diversão, despretensão que um guri tem ao se apresentar”, comenta o enólogo.