Um das autoridades presentes foi a primeira-dama do Brasil, Michele Bolsonaro, que é também madrinha do evento
A solenidade de abertura oficial da 24ª Surdolimpíadas lotou o Ginásio do Sesi, em Caxias do Sul, na noite de domingo (1º). O prefeito Adiló Didomenico saudou as delegações dos 77 países participantes em libras e definiu o evento como ímpar na história da cidade. “Aqui se inicia uma jornada inclusiva, em que se compartilha cultura, histórias e, acima de tudo, a promoção do respeito e a celebração da superação”, manifestou.
A solenidade de abertura teve a presença da primeira-dama do país, Michelle Bolsonaro, também madrinha das Surdolímpiadas, a qual manifestou-se na língua dos sinais. Afirmou que o momento era histórico para o Brasil por ser o primeiro país da América Latina a sediar a competição centenária. “É o fortalecimento do respeito pela pessoa surda”, argumentou, ao citar uma série de ações que o governo federal tem empreendido em prol deste público.
De acordo com a primeira-dama, as políticas públicas do governo objetivam tornar a acessibilidade uma realidade e o Brasil uma referência mundial. “Precisamos quebrar as barreiras da comunicação por meio de um modelo de acessibilidade que respeite a todos, que valorize a diversidade na cultura, na educação e no esporte. O incentivo à difusão da língua dos sinais deve ser feito em todos os momentos”, reforçou. Em forma de agradecimento pela presença na solenidade, a Prefeitura presenteou a primeira-dama com uma cesta de peças de artesanato local, confeccionadas pelos clubes de mães da Associação dos Clubes de Mães de Caxias do Sul.
A cerimônia de abertura ainda teve pronunciamentos do governador do Estado, Ranolfo Vieira Júnior; da presidente da Confederação Brasileira de Esportes para Surdos (CDBS), Diana Kyosen; do presidente do Comitê Internacional de Esportes para Surdos, Gustavo Perazzolo; e do ministro da Cidadania, Ronaldo Bento. Dentre outras autoridades, estavam presentes a vice-prefeita de Caxias do Sul, Paula Ioris, secretários da Prefeitura, embaixadores do Quênia, Portugal e Índia, deputados estaduais e representantes do Legislativo caxiense. Os atletas brasileiros Daiane dos Santos, Susana Ribeiro e Heron Rodrigues da Silva subiram ao pódio para representar as Olimpíadas, Paraolimpíadas e Surdolimpíadas.
Ainda durante o seu pronunciamento, Adiló enfatizou o apoio da Prefeitura ao evento desde seu início, ainda em 2020, como no trabalho do comitê organizador em mantê-lo em Caxias do Sul na disputa com outras cidades, na busca de recursos financeiros junto ao Estado, garantindo a destinação de R$ 3 milhões, e na mobilização de várias secretarias para dar o suporte necessário. “O esforço foi feito porque a Surdolimpíadas deixará a marca do desenvolvimento no esporte, na inclusão e representatividade. Além de ser uma demonstração da Prefeitura de valorização da comunidade surda, o evento também impulsionará Caxias do Sul para o mundo”, assinalou.
A solenidade foi apresentada na língua brasileira e internacional dos sinais, com tradução para o inglês. Com o tema “Mãos que falam”, o espetáculo incluiu apresentação dos grupos Endança Jazz & Cia, Os Gaudérios e Joanas D’Ar Circo de Aéreos; interpretação em libras do Hino Nacional por alunos da Escola Heller Keller, com acompanhamento do gaiteiro Rafa De Boni; e desfile das delegações dos 77 países participantes. A representação da Ucrânia foi recebida em pé e com aplausos ao trazer uma bandeira com o pedido de “Pare a guerra”. O mascote Nino, um quati-de-cauda-anelada, e artistas acompanharam cada país no desfile.
A solenidade foi encerrada com a entrada da chama olímpica no ginásio levada pelo medalhista de ouro do Brasil na Surdolimpíadas de 2017, o nadador Guilherme Maia, simbolizando todos os surdoatletas do mundo. A tocha foi entregue para Mário Júlio de Matos Pimentel, ex-presidente da CBDS, que acendeu a pira.
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Fotos: Gisele Nozari