Antony veio ao mundo pesando apenas 700 gramas e medindo 30 centímetros
Uma história linda, de superação, fé e muito amor. É assim que os pais de Antony Almeida Poersch simbolizam a experiência que têm tido desde o nascimento prematuro do filho, em 25 de abril de 2021, no Hospital do Círculo em Caxias do Sul (RS). Antony veio ao mundo pesando apenas 700 gramas e medindo 30 centímetros.
Sabe-se que casos assim ocorrem diariamente. Dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) mostram que, no Brasil, 11,7% de todos os partos ocorrem antes do tempo, ou seja, quando o bebê nasce antes das 37 semanas de gestação. Mas Antony, considerado prematuro extremo, na sua luta pela vida enfrentou agravantes como anemia, pneumonia, sete bactérias, duas infecções, hérnia inguinal e retinopatia. Mas no mês de dezembro, esse valente completou oito meses pesando 5.540 gramas e medindo 62 centímetros.
A mãe, Ohana Catarina de Almeida Poersch, 30 anos, e o pai, Luís Abel Poersch, 36, vivem sim uma história linda. Nunca faltou amor desde o início, quando planejaram ter um filho. A gestação de Ohana vinha muito tranquila até o sexto mês, quando ela observou sinais de sangramento. No mesmo dia, foi para o Hospital do Círculo e foi internada na hora, com dilatação de três dedos. Passou nove dias deitada, sem poder levantar.
Imagem forte, de luta e superação. Antony nasceu com apenas 700 gramas e 24 semanas de gestação.
A ideia era segurar o bebê o maior tempo possível à base de repouso extremo. Mas a cada dia, a dilatação aumentava, e as contrações também. Durante esse período, foram feitas aplicações de corticoide a fim de amadurecer o pulmão do bebê, além de medicações para controlar as contrações. Havia a possibilidade de Antony nascer de parto normal. Porém, na madrugada do nono dia ele estava ‘sentado’ na barriga, e Ohana sangrava demais, estava anêmica e com nove dedos de dilatação. Era inevitável uma cesariana de urgência.
– Com certeza foram os dias mais difíceis da minha vida, física e psicologicamente. O corpo médico me alertou sobre uma grande possibilidade de óbito do nosso filho. Mas meu marido e eu tínhamos uma fé inabalável, rezamos e pedimos a Deus a oportunidade de sermos pais do nosso Antony – lembra Ohana.
No dia da primeira roupinha!
Às 4h45min do dia 25 de abril Antony nasceu. Não respirou e nem chorou, foi direto para a incubadora, onde foi entubado (e assim ficou por 80 dias). Entre os primeiros 10 dias de vida, seu peso chegou a diminuir para 540 gramas. Ao todo, foram 111 dias de internação, 96 dias na UTI Neonatal e 16 dias no quarto. A alta hospitalar ocorreu dia 13 de agosto.
– Graças a Deus e à atenção de cada profissional do Círculo, nosso menino venceu a prematuridade sem nenhuma sequela. São necessárias apenas sessões semanais de fisioterapia e acompanhamento periódico com médicos especialistas. Mas é um garotão perfeito. Quando o amor chega mais cedo, o milagre acontece diante dos seus olhos – complementa Ohana.
Ela também destaca e agradece a dedicação diária de toda a equipe médica e da enfermagem do Círculo que, de forma incansável, foram fundamentais para a história ter um final muito feliz.
O dia da alta de Antony. Emoção marcou o momento em que os pais puderam finalmente levar o bebê para casa