Com 50 anos, o Panorama, como é conhecido, é um orgulho para o município
Antes de 1971, tínhamos em Antônio Prado somente um informativo do Sindicato Rural de comunicação entre a entidade com seus associados. Também a igreja católica representada pelos padres tinha um panfleto com os comunicados da Paróquia, destituídos após as missas. Não existia nenhum meio de comunicação local.
No longínquo 1º de agosto de 1971 foi impresso pela primeira vez o jornal de Antônio Prado, o Panorama Pradense, carinhosamente chamado de PP.
Com uma equipe de redação composta por mais de 10 pessoas, entre eles Rosa Maria Guerra, Hilva Maria Bortolotto, João Schio, Ubirajara de Oliveira, Joliseu de Aguiar Botini, Wunibaldo Teodoro Ésser, Sérgio Bellé e outros, foi escrita a primeira edição do jornal. Com 10 páginas tamanho oficio, até 1974 foi impresso pela gráfica São Miguel, de Caxias do Sul.
Os idealizadores do jornal foram, os então moradores da cidade, Carlos Beltrão, Clodoveu Fortuna, Floriano Molon, João Carlos Severo Bueno, Joliseu de Aguiar Botini, Vigário Padre Leonel Pergher, Rosa Maria Guerra, Ubirajara Mendes de Oliveira e Wunibaldo Teodoro Ésser receberam o primeiro exemplar das mãos do gráfico Nilo Bortolotto.
A partir de 1974 a Gráfica Leão equipou-se e começou a imprimir o Panorama Pradense na cidade. Isso durante 18 anos, após o jornal voltou a ser impresso em Caxias do Sul, pela Folha de Caxias e logo após pelo Pioneiro.
Com 50 anos, o Panorama, como é conhecido, é um orgulho para o município, não só por ter sido o primeiro jornal da cidade, mas também por ser cinquentenário, trazendo as noticias da comunidade, sem nunca ter visado lucro, apenas cobertura de custos.
Em conversa com Nilo Bortolotto, que com sua empresa e da esposa Hilva, a Gráfica Leão, mantiveram a impressão do jornal, contou alguns fatos da história do PP.
Bortolotto conta que no início todo mundo ficava ansioso para ver o jornal, que era distribuído gratuitamente. “De 1977 em diante, devido à inflação, adotamos o sistema de assinatura e começou a ficar difícil manter. O jornal sempre teve uma aceitação muito grande em Antônio Prado”. Na época da gratuidade eram distribuídos de 2.500 até 4.000 exemplares.
Bortolotto lembra que, as pessoas menos esclarecidas ou mal intencionadas atribuíam à Gráfica tudo o que o jornal trazia em suas páginas. “A maior polêmica era a coluna Menino da Ladeira. Qualquer fato ou piada que saísse a culpa era da gráfica porque o PP era impresso lá, mesmo com os responsáveis constando no expediente, não olhavam”.
A primeira diretoria do jornal tinha como diretor Carlos Beltrão, tesoureiro Clodoveu Fortuna e redator chefe Floriano Molon.
Paulo Barp, há 30 anos na direção do jornal.
O RP, Paulo Barp, assumiu a direção do PP em 06 de novembro de 1991. Paulo conta que já fazia parte dos colaboradores do Panorama Pradense desde que iniciou o curso de Relações Públicas na UCS. De acordo com ele a Sociedade Literária e Jornalística Pradense sempre convidou os jovens que cursavam faculdade na área da comunicação para colaborarem com o jornal. Pois conforme os estatutos sociais não há remuneração nos cargos de diretoria e colunistas.
“Assumi a direção do jornal através de uma Assembleia Geral Ordinária a qual compareci como associado e colaborador. Nesta assembleia foi constituída uma nova diretoria que iria suceder a diretora Innocencia Bernardi que solicitou a saída do cargo. Na ocasião fui eleito diretor tendo Gabriela Dotti e Mari Angela Scopel como vice e secretária e Virginio Bortolotto como tesoureiro. Os três, jovens estudantes de RP e Jornalismo, e o Nilo já tendo experiência na impressão do jornal e na tesouraria”, relembra Barp.
Quando o novo diretor assumiu, o Panorama estava sofrendo uma transformação, passando da impressão em gráfica para Offset, trocando as máquinas da antiga Gráfica Leão para a Folha de Hoje pertencente ao sistema trídio de Caxias do Sul.
“Eu acompanhava toda a montagem em fotocomposição e diagramação no parque gráfico da Folha com o diagramador Alencar Verona”.
O jornal mudou de cara, passou do modelo Standart para o Tablóide, impresso em Offset.
Com o passar do tempo, o jornal começou a ganhar cor em suas manchetes.
Como o trabalho era grande, alguns profissionais foram convidados para cuidar da edição do jornal, trabalhando de forma remunerada e comissionada no departamento comercial.
Trabalharam como editores, Rodrigo dos Santos e depois Giovani Capra. Em alguns momentos o jornal que era mensal passou a ser quinzenal e num curto período até semanal.
A impressão passou a ser realizada no parque gráfico do Jornal Pioneiro em Caxias.
Com o passar do tempo e a viabilidade econômica o jornal começou a circular totalmente colorido. Em 1999 a diagramação começou a ser feita na VMB Informática, através de Diogo Scopel, o que acontece até os dias de hoje.
Em um período da história, o Panorama firmou uma parceria com o Jornal Prisma de Ipê, onde os assinantes do Panorama recebiam o Jornal Prisma de Ipê e vice versa. Essa parceria durou por muitos anos. Atualmente parceria parecida acontece com o Ipê em Notícia.
Com a evolução da informática, foram implementadas várias mudanças no design do jornal, novos colaboradores foram incorporados como colunistas.
Atualmente o jornal é impresso na Gráfica Araucária em Lages, e é totalmente enviado via internet.
A atual editora é a jornalista Marilita Calgaro Scapinello.
O Panorama já está disponibilizando impressão eletrônica que fica disponível no site da VMB Informática para acesso dos leitores também.
O aniversário de 50 anos do jornal será um incremento do acervo cultural de Antônio Prado, de acordo com Paulo. “Estamos organizando um projeto para site e em parceria com o Projeto Memória de Antônio Prado, coordenado por Fernando Roveda, estamos realizando o trabalho de digitalização do Panorama Pradense para compor o acervo digital do jornal, que em 1º de agosto completará 50 anos de história”.
A primeira etapa do projeto envolve a recuperação do acervo físico e digital do jornal, desde sua primeira edição ocorrida em 1º de agosto de 1971, até a edição 687, comemorativa aos 50 anos do Panorama Pradense. Também está previsto no projeto uma exposição da história dos 50 anos, a criação de um site para abrigar o acervo digital e a encadernação de ano a ano do acervo físico que será doado à Biblioteca Pública Municipal Dr. Hildo da Costa Guillox.
Esse trabalho está sendo desenvolvido pelo Projeto Memória de Antônio Prado, com o apoio de empresas e da comunidade local.
Na segunda etapa do projeto será realizado o escaneamento OCR, reconhecimento ótico de caracteres para a aplicação do GED, gerenciamento eletrônico de documentos, que possibilitará a pesquisa instantânea aplicada ao conteúdo do jornal.
Isso será um dos maiores passos dados para manter a memória dos fatos ocorridos e noticiados no município.
“De forma simples e muito trabalho, vamos mantendo acessa a chama de termos um veículo de comunicação escrita em nosso município, mesmo com os grandes desafios que passamos nessa caminhada”, diz Barp.
Reportagem Ronei Marcilio Fotos Arquivo
1 comentário
Parabens por esse Jornal..Tive assinatura durante uns 15 anos, nos tempos que morei por lá e trabalhei no BB
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