A escola Frei Casimiro Zaffonato de Ipê é umas das escolas piloto
O novo ensino médio chegou com uma temática inovadora em que os alunos deveriam escolher as disciplinas e áreas que gostariam de estudar, deixando cada um mais próximo da sua realidade, porém na prática funcionou de uma outra forma.
O jornalismo do Grupo Solaris esteve na escola Frei Casimiro Zaffonato que foi uma das escolas pioneiras em implantar o novo ensino médio.
Em contato com a vice-diretora da escola, Marlene Baldo Torresan, o que se esperava a respeito do novo ensino médio é bem diferente de como é. “Se acreditava que agora o ensino seria direcionado e cada aluno escolheria o que gostaria de estudar, somente o que interessa, mas o novo ensino médio dá a possibilidade ao aluno se desenvolver e estar preparado para área que mais tem afinidade, não sendo algo específico para cada um.”
Como piloto, os itinerários foram escolhidos pela própria escola, com opções de Economia, Empreendedorismo, esportes entre outros. O colégio realizou oficinas com os alunos para entender a área que melhor seria aproveitada e a escolha foi Empreendedorismo e Educação Financeira.
Com a escolha, a grade a seguir durante o ano era voltada ao tema, retirando carga horária de disciplinas mais especificas e dando lugar a matérias do itinerário.
A partir daí surgiam os primeiros problemas. Com as novas disciplinas que entravam na grade surgiram a falta de professores para lecionar os conteúdos, além do não recebimento de materiais.
A professora de geografia Rosane Dal Bosco, foi uma das que abraçou a ideia e aceitou o desafio das novas disciplinas. “Nos não tínhamos muita ideia de como fazer ou o que fazer, mas aqui temos algo bom que é a diretoria que confia no nosso trabalho e nos deixa livres para desenvolvermos junto com os alunos projetos que acreditamos ser válidos.”
Dal Bosco mostrou alguns projetos que estavam em andamento na escola com as turmas de segundo e terceiro ano do ensino médio. Os projetos que foram apresentados eram jogos para idosos, nesse caso um tema havia sido passado, mas em outros casos os grupos criavam ideias empreendedoras ou algum projeto que pudesse render lá na frente.
“Os alunos tem utilizado suas habilidades e conhecimento e quando necessário sempre auxiliados pelos professores das áreas, além de ter um bom apoio vindo de casa, os pais se engajam e acabam auxiliando nesses casos”, complementa a professora.
Em contato com o aluno, Emanuel Marcon, as matérias novas são interessantes. “São matérias novas que não tínhamos conhecimento sobre e propiciam um maior beneficio para o nosso futuro, pois agora está mais voltado ao âmbito do empreender.” Marcon complementa que as disciplinas estão mais atrativas, mas por vezes acabam se tornando repetitivas.
As alunas do segundo ano, Patricia Maraschin e Maria Eduarda Lovatel, comentaram que o novo ensino médio prepara novos empreendedores, porém a remoção de disciplinas como História, Geografia, Biologia entre outras mais especificas acabam afetando o ensino de quem estaria mais focado nestas áreas.
Para Torresan as escolas piloto tem ajudado a entender o que é necessário para o bom andamento do novo ensino médio, como formação de professores e materiais, tanto que as novas disciplinas já começaram a vir com mais conteúdo.
Ainda é o inicio e existem muitas incertezas do que está por vir, mas o novo ensino médio veio para proporcionar mudanças e preparar os alunos para o mundo que os aguarda lá fora.