A data faz referência a Santa Rita de Cássia, conhecida como a padroeira dos apicultores
No próximo domingo (22) é comemorado o Dia do Apicultor. A data faz referência a Santa Rita de Cássia, conhecida como a padroeira dos apicultores. A apicultura é uma atividade viável às pequenas propriedades rurais, contribui significativamente para a polinização de culturas agrícolas como frutas, verduras e grãos, possibilita a diversificação de renda das famílias, além de auxiliar na preservação do meio ambiente. Embora considerada uma atividade complementar na maioria das propriedades rurais, a apicultura exige capacitação técnica dos produtores, visando tornar a atividade mais eficiente.
O extensionista rural e assistente técnico regional da Emater/RS-Ascar, Vivairo Zago, destaca que nas propriedades rurais assistidas pela Instituição na região administrativa de Soledade a apicultura é realizada, em sua maioria, em propriedades familiares, sendo a apicultura complementar a outras atividades como a bovinocultura de leite e produção de fumo, por exemplo.
De acordo com Zago, a capacitação técnica dos produtores é fundamental para obter melhores resultados. “A apicultura vem muito bem como uma atividade geradora de renda nas propriedades familiares, mas os produtores precisam se capacitar, fazer cursos, aprender e melhorar questões como produtividade, através do monitoramento e manejo das colmeias durante todo o ano. Além disso, a estrutura para a produção de mel é importante: equipamentos apícolas, local para extração de mel, acesso e transporte até os apiários. Embora não seja a primeira atividade produtiva em muitas propriedades, se ela for tratada como uma atividade profissional terá melhores indicadores”, comenta.
A Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), promove cursos e dias de campo voltados para apicultores e agricultores que possuem interesse em investir na atividade. “A Emater tem um trabalho expressivo com apicultores em vários municípios que consiste na assistência técnica e na capacitação desses produtores, por meio da realização de cursos e reuniões técnicas voltadas a toda a cadeia produtiva da apicultura, da produção à comercialização”, destaca Zago.
Estiagem afetou a produção gaúcha
A estiagem que provocou quebra de safra em diversos tipos de culturas, também prejudicou a produção de mel no Rio Grande do Sul em comparação com o ano passado. Inicialmente se trabalhou com a expectativa de uma safra semelhante a de 2021, mas está se observando que houve redução, em alguns casos chegando à 50%. “De formal geral, toda vez que se tem falta de chuvas, a tendência é que o volume e a qualidade do mel produzido aumentem. Porém, temos um estado muito grande, de regiões que foram muito prejudicadas pela estiagem e por isso alguns enxames perderam produtividade”, avalia o extensionista rural João Alfredo Sampaio.
Segundo Sampaio, o que está se observando é que a estiagem chegou ao ponto de prejudicar a produção de néctar e desta forma houve redução na produção de mel. A expectativa que se tinha no dia 11 de abril não se confirmou. A Federação de Apicultura do Rio Grande do Sul (Fargs), em contato com as associações de apicultores, realizou um levantamento nas duas primeiras semanas de maio e está trabalhando com uma redução de até 50% de produção em relação ao ano passado. Os dados de produção de mel para 2021 ainda estão sendo computados pelo IBGE. Em 2020, o Rio Grande do Sul produziu 7.467 toneladas métricas de mel.
Sampaio cita como principais entraves da apicultura no Rio Grande do Sul a necessidade de uniformizar a tecnologia de produção, em um cenário composto por 60% de pequenos produtores; fortalecer associações; elaborar legislação específica para o setor; verificar o uso de agrotóxicos; e reverter o quadro de eliminação das plantas nativas.