Fala do vice-presidente ocorreu na sexta-feira (17), em sua visita a Flores da Cunha
O vice-presidente Hamilton Mourão, afirmou nesta sexta-feira (17), em sua primeira visita a Flores da Cunha, que os militares não tem “nada a ver com a questão da apuração das eleições”. Mourão, que é general da reserva do Exército, disse também que há muito tempo os militares participam do processo eleitoral. Apesar disso, ele não detalhou de que forma as Forças Armadas podem atuar nesse processo.
“Os militares há muito tempo eles participam do processo eleitoral, na segurança e vigilância desse processo, mas nada a ver com a questão de apuração. Então, isso (a apuração) não é algo que é tarefa dos militares”, respondeu o vice-presidente quando perguntado sobre o papel do Exército nas eleições. (Confira abaixo a transcrição na íntegra da coletiva de imprensa)
A fala de Mourão contradiz, em parte, o presidente Jair Bolsonaro e seus simpatizantes, que já defenderam, por diversas vezes, uma “intervenção” das Forças Armadas na apuração das eleições que ocorrem no próximo mês de outubro. Além disso, Bolsonaro frequentemente ataca as urnas eletrônicas, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e seus ministros e afirma que o sistema eleitoral brasileiro não é confiável.
SOBRE A VISITA
O vice-presidente Mourão visitou Flores da Cunha pela primeira vez na sexta-feira (17). O primeiro compromisso oficial na cidade foi a visita ao Centro Administrativo, onde foi recebido pelo prefeito César Ulian e outras autoridades municipais. Mourão chegou na prefeitura por volta das 11h e cerca de meia-hora depois, foi levado à Praça da Bandeira, onde fez o percurso ao redor da quadra, conhecendo os tapetes de serragem colorida confeccionados para a festa de Corpus Christi. A agenda na cidade incluiu ainda uma coletiva de imprensa e uma palestra com o tema “O Brasil em desenvolvimento e os desafios do Rio Grande”, no Salão Paroquial. Por fim, Mourão visitou a Vinícola Luiz Argenta.
O QUE MOURÃO FALOU NA COLETIVA DE IMPRENSA
Primeiras impressões de Flores da Cunha
Flores da Cunha é uma cidade que se destaca aqui no concerto dos nossos municípios do Rio Grande do Sul pelas suas qualidades, pela capacidade produtiva que tem e, óbvio que esse evento que é realizado há 55 anos, destes tapetes no período de Corpus Christi, é outro fator que torna a cidade diferenciada. Óbvio que a chuva tira um pouco do brilho, trabalho que foi feito pelas pessoas, mas a chuva, ela vem lá de cima, ela vem de Deus e ela também é importante para uma das grandes atividades que nós temos, que é o nosso agronegócio. Então, estou muito satisfeito aqui, é óbvio que se nós tivéssemos um tempo melhor, teríamos mais gente aqui acompanhando isso tudo, mas pra mim é uma honra e um privilégio estar aqui nesse dia.
Tributação no Brasil
Nós precisamos passar no Brasil por uma reforma tributária. Essa reforma tem dois aspectos: o primeiro aspecto é uma reorganização do sistema, de modo que a gente não tenha uma quantidade de tributos tão grande, então, o ideal é que a gente tenha um imposto de valor agregado, que seja cobrado no destino e, consequentemente fique mais fácil pra todo mundo. A partir daí o que acontece, vai aumentar a base de pagamento e há condições de reduzir o tributo de uma maneira geral. Hoje, as medidas que podem ser tomadas acabam sendo paliativas. O que a gente precisa é da reforma tributária.
Visita à cidade no ano eleitoral
São dois aspectos [da visita]: o primeiro, é aproveitar esse período do feriado para manter contato com a população aqui da cidade, para que as pessoas possam me conhecer, porque, muitas vezes, podem me olhar [como] ‘vice-presidente da República, foi general, afastado’. Então, lembrar que eu sou um cidadão comum igual aos outros, apenas tive outras funções na minha vida. Então, hoje para mim é importante estar aqui e, principalmente, eu me mostrar para as pessoas.
Função dos militares nas Eleições
Os militares há muito tempo eles participam do processo eleitoral, na segurança e vigilância desse processo, mas nada a ver com a questão de apuração. Então, isso não é algo que é tarefa dos militares.
Aumento dos preços dos combustíveis
Isso está acontecendo no mundo inteiro. A pandemia e logo depois a guerra da Rússia com a Ucrânia, ela causou uma ruptura nas cadeias de suprimentos. O mundo parou durante a pandemia, deixou de produzir petróleo, a retomada da produção é complicada e, com isso, hoje nós temos muito mais demanda do que oferta. E o preço foi lá em cima. Esse preço ele vai se reequilibrar em algum momento, mas a realidade é que dificilmente nós vamos retomar aos patamares anteriores de preço de combustível. Além disso, tem que se entender que, nessa transição energética que o mundo tem que passar para evitar que o aquecimento global impeça que a gente continue a viver no nosso planeta da forma que a gente está vivendo, vai ter que haver uma redução no uso do combustível fóssil.
Contribuição do governo até o final do ano
Eu acho que a grande contribuição que o governo pode dar nesse período é buscar as soluções dentro dos limites da constituição, para esses problemas que nós estamos vivendo de inflação, do preço do combustível, o próprio preço dos alimentos subindo como consequência disso tudo, então, o governo tem que trabalhar na busca dessas soluções. Muitas vezes, alguns colegas de vocês [da imprensa] dizem que isso é populismo, que é eleitoral, mas é uma realidade, você tem que buscar uma solução pro problema. E, uma vez que o povo gaúcho opte pelo meu nome, uma das grandes tarefas que eu considero ter dentro do nosso Senado é trabalhar em cima da reforma tributária, que isso facilita para todo mundo e a busca de investimentos para que a infraestrutura da região melhore.