O jornalista lutava contra um câncer no rim há cerca de 10 anos
Faleceu às 10h30min desta sexta-feira (27), um dos mais celebrados jornalistas do Rio Grande do Sul, David Coimbra, após quase uma década de batalha contra o câncer. Jornalista do Grupo RBS há mais de 26 anos, David estava internado no Hospital Moinhos de Vento para tratar um câncer no rim. O comunicador deixa a esposa, Márcia, e o filho, Bernardo, de 13 anos.
Nascido em Porto Alegre, o jornalista começou a enfrentar problemas de saúde em 2013 ao ser diagnosticado com um tumor em estágio avançado no rim esquerdo. Depois de uma cirurgia para extirpar o órgão, rumou para os Estados Unidos com o objetivo de dar sequência à luta contra a doença. Morando em Boston, seguiu com suas atividades na RBS, e em 2020, retornou para o Brasil.
Em fevereiro, precisou se afastar e em 16 de maio, quando retomou as atividades como colunista, publicou a crônica Quando Quis Morrer em que escreveu: “Amo viver, amo a vida e sempre amarei. Mas não estava sendo recíproco. Então, de que adianta estar vivo se não posso fazer nada do que gosto? Uma vida repleta de dor, incômodos e humilhações? Era isso que havia para mim? Não, não, preferia uma morte rápida e suave”.
Na RBS, David trabalhou em diferentes áreas da empresa. Além de ter exercido o cargo de editor-executivo na editoria de Esportes em Zero Hora e de ter escrito textos sobre Grêmio e Inter para o jornal, publicou crônicas e colunas sobre outros diferentes temas, como religião, política, economia ou hábitos do cotidiano. Na Gaúcha, integrou o programa Sala de Redação e comandou o Timeline, ao lado dos colegas Kelly Matos e Luciano Potter. O comunicador acumula 10 premiações, como Esso de Reportagem, ARI, Direitos Humanos, Habitasul de Literatura, Erico Verissimo de Literatura, Açorianos de Literatura, entre outras premiações
David também deixa um legado como intelectual, com duas dezenas de obras publicadas. Estreou na literatura em 1993 com o livro-reportagem 800 Noites de Junho. Lançou A História dos Gre-Nais, sobre a evolução do maior clássico esportivo gaúcho, seleções de crônicas e contos, romances, além de textos políticos e de história. Em 2018, publicou a obra Hoje eu Venci o Câncer, em que relata a rotina de enfrentamento da doença e a esperança, com o objetivo de deixar a obra como legado para seu filho, Bernardo. O menino, por quem descreveu sua paixão em diversos textos, também é o motivo principal do livro O Meu Guri, de 2008.
Fonte: RBS
crédito da foto: Félix Zucco