Sistema serviu de exemplo para outras cidades que vão aderir à iniciativa sustentável
Alinhada aos pilares da sustentabilidade, economia, preservação do meio ambiente e desenvolvimento social, a prefeitura de Nova Roma do Sul resolveu apostar em um equipamento que transforma sobras de alimentos em gás de cozinha e fertilizante. O biodigestor, como é chamado, foi instalado como projeto piloto na Escola Municipal de Ensino Fundamental Barão do Rio Branco, mas a ideia, segundo o prefeito, Douglas Favero Pasuch, é ampliar para a outra instituição de ensino do município, que é de Educação Infantil.
O equipamento tem a aparência de uma barraca, dessas de camping. Há uma divisória interna, como se fosse uma parte térrea e, outra, em um segundo andar. Na frente, existe um compartimento em formato de cano vertical de cerca de 100 milímetros, onde são colocadas as sobras de alimentos. Funciona assim: os resíduos orgânicos (restos de comida em geral, cascas de frutas, partes de hortaliças que não podem ser aproveitadas) produzidos pela escola, que antes iam para o aterro, agora são colocadas no biodigestor.
Então, ocorre um processo de decomposição, separando o gás metano, que vai para o compartimento superior, onde fica armazenado, do resíduo líquido, que é dispensado por um outro cano em um recipiente. O gás é direcionado por meio de encanamento tradicional até um fogareiro na cozinha da escola. Já o líquido expelido é diluído em água (um litro de resíduo para quatro de água) e utilizado como fertilizante para regar a horta, um pequeno pomar e o canteiros de flores da instituição, fechando o ciclo. Cascas de cítricos, como laranja, limão e abacaxi, não podem ser utilizados.
Ainda é cedo para ter dados sobre resultados na economia, porque o equipamento começou a operar em agosto do ano passado, quando as aulas presenciais estavam suspensas. Mesmo com o retorno dos 166 alunos às salas de aula, há cerca de dois meses, a escola, que atende do 1º ao 5º anos, não está desenvolvendo o turno integral, em função dos cuidados necessários com a pandemia. Por isso, a quantidade de refeições está reduzida. Por enquanto, o gás produzido é utilizado para aquecer água para o cozimento de alimentos e para fazer chás, entre outros.
A capacidade do modelo instalado na escola permite a inserção de quatro quilos de material orgânico, por dia, que resultam em três horas de chama acesa no fogareiro. O fornecimento deve aumentar quando a escola estiver funcionando a pleno. Aliás, ela foi escolhida justamente pelo fato de oferecer mais refeições por causa do turno integral. Para continuar evitando o desperdício de comida no prato, a escola reforçou o trabalho de conscientização com as crianças de servirem-se apenas do que vão consumir.
“Temos o reaproveitamento das sobras, o fertilizante e o gás. Tudo é aproveitado. E, também, estamos plantando a sementinha de que podemos, com ações pequenas, ajudar o mundo, a natureza. Esse cuidado é interessante,” comenta a diretora, Daniela Grazziotin Favero.
Fonte: Pioneiro
Crédito foto: Marcelo Casagrande