Com a diminuição de casos de Covid-19 muitos médicos não atuam mais no hospital e o plantão está passando por sobrecarga no atendimento
O diretor administrativo do Hospital São José de Antônio Prado, Diógenes Weber, concedeu entrevista a Rádio Solaris 97. 3 FM, na manhã desta quinta-feira (4) sobre a situação do plantão e do quadro de profissionais da instituição atualmente.
O diretor se mostra bastante otimista com o avanço da vacinação e a consequente diminuição de casos de Covid-19 no município, mas reforça que os cuidados básicos devem seguir sendo realizados. Ele ressalta que com o fim de alguns recursos destinados ao combate da pandemia desde o dia 1º não há mais o plantão Covid que era realizado no horário das 18h às 22h no hospital.
Weber explica que devido a sobrecarga de atendimentos na pandemia há uma demanda reprimida de procedimentos ambulatoriais, cirúrgicos, exames, entre outros procedimentos diversos que são feitos no hospital, a necessidade de se dar andamento as filas de espera, além do desfalque na equipe médica, já que muitos profissionais não estão atuando mais no município o que consequentemente diminui a equipe e está acarretando dificuldades de atendimento na instituição.
“Agora nós temos que fazer essa reorganização, focar nossa força nessa parte que ficou reprimida e recompor a nossa equipe. Então fazemos um apelo a população agora que passou a questão da Covid, nós temos que voltar ao normal do plantão. Então pedimos que a população nos procure somente em casos de emergência para evitar esperas desnecessárias.”
O gestor também pede que as pessoas retornem o vínculo com seu médico seja ele da UBS ou de consultório particular ambos profissionais que melhor saberão sobre o histórico de saúde do paciente para que o plantão possa focar na função hospitalar e atender casos de emergência.
Em relação as hospitalizações ele destaca que a maior parcela de internados ano momento são pessoas que deixaram os cuidados com a saúde de lado durante a pandemia e agora apresentam casos de saúde agudos e crônicos que necessitam de internação e cuidados redobrados.
O plantão no hospital segue sendo realizado em casos de urgência e emergência “A gente vê que os casos de atendimentos está muito alto, existem horários que acumulam atendimentos e outros que não há tanto, mas no mês os números de consultas são bem expressivos e que poderiam ser realizados nas Unidades Básicas de Saúde ou em consultórios durante a semana”.
“Muitas vezes o médico do plantão precisa atender uma intercorrência ou é o mesmo médico que faz plantão todas as noites e é uma situação que nós estamos buscando soluções como trazer médicos fixos para Antônio Prado e assim auxiliar a recompor o quadro do hospital.”
Segundo o Ministério da Saúde as Unidades Básicas de Saúde compreendem consultas de rotina, dor de garganta e cabeça, ouvido, coluna, febre, vômito, diarreia, injeções, curativos, retirada de pontos, renovação de receitas, troca de sondas. Na parte hospitalar são compreendidos atendimentos do corpo de bombeiros e Samu, parada cardiorrespiratória, AVC, derrame, infarto, dor no peito, falta de ar intensa, picada ou mordida de animais venenosos, intoxicação, acidente de carro e moto, ferimentos de arma de fogo, entre outros casos de emergência.
“O hospital quer atender bem, mas também precisa que haja essa distinção do que ele deve fazer e o que a saúde pública deve fazer de maneira eficiente,” finaliza.
Ouça a entrevista na íntegra, abaixo:
Fonte: Grupo Solaris – Repórter Taís Vargas