O Governo estuda retomar, na próxima semana, a cogestão entre municípios e Estado
Diante da alta pressão sobre o sistema de saúde no Rio Grande do Sul, a bandeira preta deverá seguir por mais algumas semanas. Em entrevista à Rádio Gaúcha, nesta segunda-feira (15), o governador Eduardo Leite afirmou que, provavelmente, o Estado entrará no mês de abril nesta condição.
“A análise dos indicadores não vai indicar simplesmente que a bandeira preta estará na semana que vem. Estará por algumas semanas, porque o sistema hospitalar está totalmente tomado. O número de pacientes confirmados com a doença em UTIs era de 800 há um mês. Agora, são 2,5 mil. É uma pressão muito forte. Isso vai significar que o Estado entre provavelmente o mês de abril com bandeiras pretas,” disse o governador.
O que o governo estuda é retomar, na próxima semana, a cogestão, que significa gestão compartilhada entre Estado e municípios. Esse modelo vinha sendo adotado anteriormente e o recurso para flexibilizar as restrições já havia sido utilizado pela região de Caxias do Sul. Assim, as prefeituras e associações regionais podem adotar regras menos restritivas, equivalentes às da bandeira imediatamente anterior.
Eduardo Leite estuda elevar as restrições da bandeira vermelha, que é o limite de até onde podem ir os prefeitos na cogestão. “Significa termos, na semana que vem, uma possível retomada de atividades, mas com restrições bastante fortes. Além disso, está mantido até o final de março, pelo menos, nossa restrição geral de atividades às 20h (até as 5h). Possivelmente, estenderemos isso aos fins de semana como forma de reduzir a circulação de pessoas”, afirmou Leite.
Durante a entrevista, o governador disse que estudos indicam que são necessárias pelo menos três semanas com regras mais rígidas para que os resultados comecem a aparecer. Assim, a liberação de parte das atividades na próxima semana teria como objetivo a “sobrevivência” dos negócios, já que todos deverão, de alguma forma, ser impactados. No entanto, o governador ressalta que a cogestão poderá ser suspensa a qualquer momento.
Aglomerações de pessoas, sem o uso de máscaras, vêm sendo registradas frequentemente pela Brigada Militar (BM) em Flores da Cunha e demais municípios da Serra. Entretanto, Leite disse o efetivo policial tem outras atribuições, como cuidar da segurança pública, o que impede um controle mais rígido por parte das guarnições da BM em todo Estado.
*com informações da Rádio Gaúcha